segunda-feira, 16 de março de 2009





















































Egito Antigo e Contemporâneo-Mitologia e Religião






1.O que representa a Mitologia e Religião Egípcia ?







É o conjunto de crenças e práticas religiosas que regiam a vida e a moral dos antigos egípcios.
No Egito Antigo, as pessoas acreditavam em vários deuses, ou seja, eram politeísta.
Cada divindade possuía algum poder. Por exemplo, podiam estar presente em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas e interferir nos fenômenos da natureza.
O termo mitologia representa histórias baseadas em tradições e lendas feitas para explicar o universo. A mitologia egípcia descreve as crenças do Antigo Egito.
Cada cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia.
Os deuses egípicios eram considerados os verdadeiros donos do Egito.Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc.
Os egípicios acreditavam que o rei (faraó) era invencível e possuía poderes divinos. Estes poderes faziam as colheitas crescerem, o gado sobreviver, a ordem das estações se manter e o Nilo transbordar no momento adequado, para irrigar as terras agrícolas, tornando-se férteis. O poder do faraó, graças à religião, era muito grande, e era dificíl que se duvidasse dele. Isso caracterizou a sociedade egípcia durante mais de três milênios. É provável que em nenhuma outra civilização as crenças religiosas tenham determinado de forma tão nítida a organização social como no antigo Egito.




2.História














Por volta de 3100 a.C., durante 3 mil anos, a religião egípcia desenvolveu-se sem influências externas. Os faraós centralizavam todo o poder e eram tidos como encarnação de Hórus, o grande deus, filho de Osíris, senhor dos mortos, e da deusa Ísis. A missão dos reis era manter a ordem estabelecida pelos deuses, baseados em fundamentos da verdade, justiça e paz social.
Após a conquista do Egito por Alexandre o Grande no final do século IV a.C. a religião egípcia adotou algumas formas gregas. As civilizações helenística (grega) e romana também assimilaram cultos de origem egípcia.













3.Biografias:













No Egipto estas 3 divindades acabaram constituindo uma santa trindade divina, (análoga à que os cristãos muito mais tarde defenderam na sua religião monoteísta), e constituiram apenas 1 única deidade : aquele que originou todos os deuses e que era pai de todos os deuses.
Atom é o deus da origem do universo, associado com a serpente e também com o sol negro.
Amon, era o deus cornudo porque associado ao carneiro, cuja a simbologia esta relacionada com o signo astrológico de capricórnio. Amon, (Aamon, Ammon, etc), era também representado por um ganso.
Rá era o deus que originou todas as coisas, deus da vida, associado ao Sol.
Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Neftis. Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis, que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha tornando-se rei da terra. Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades, e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no mundo egípcio.






4.Exemplos de deuses egípicios:













Atom: deus da origem do universo, associado com a serpente e também com o sol negro.Amon: era o deus representado pelo carneiro, cuja a simbologia esta relacionada com o signo astrológico de capricórnio.


Rá: representava o Sol e rege todas as coisas.


O criador dos deuses e da ordem divina Shu: representava a atmosfera Geb: representava a terra. Era ele que impedia os espíritos maus de partir deste mundo e as conduzia ás entranhas da terra, aprisionando-os. Este deus era também responsável pelo estímulo ao lado material da vida.Tefnet: representava a atmosferaNut: representava o céuSeth: era a personificação do malÍsis: tinha poderes mágicos. Deusa do amorNeftis: rainha dos desertos e deusa da morteAnúbis: deus do embalsamentoHorus: rei da terra, deus de cabeça de falcão símbolo da vida. Deus da vida e da morte.Ptah: deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império.Hátor: deus do amor. Deusa do feminino, da fertilidade, da sexualidade, do amor, da embriaguez, da prostituição, da felicidade, da prosperidade material e boas bênçãos aos humanos . Era uma das deusas mais reverenciadas na antiguidade e o seu templo um dos mais belos do antigo Egipto.Maat: deusa da justiça e do equilíbrio.Ammut: Deusa do inferno, que devorava as almas que foram condenadas ate que elas deixassem de existir para sempre.Tot: era o escriba dos deuses, o deus da aprendizagem e da sabedoria relacionada com o oculto, a magia, o sobrenatural.Sechtat: era a deusa da sabedoria na forma da ciência: astronomia, matemática, medicina, arquitectura, etc.Madset: uma deusa associada á JustiçaSakmet: deusa solar.Nun: representava o abismo líquido ou as águas primordiais, a partir do qual todo o mundo foi criado; é a divindade mais velha e sábia de todasAtun: o sol nascenteConsu: deus da lua e da noite.Tauret: deusa hipopótamo que protegia mulheres grávidas e crianças.Thoth: deus da sabedoria.Neftis e Osíris: é o deus dos funerais e guardião dos cemitériosBastet: a deusa gata tem o poder de controlar o eclipse e tem o poder da fertilidade. Konshu: Deus da lua, do tempo e do conhecimento5. Bibliografia:Links da Internet:
http://www.miniweb.com.br/Historia/artigos/i_antiga/religiao_egito.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_egípcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia
Livros:
- Enciclopédia Britannica do Brasil Publicações Ltda.












Lucas e Gabriel

Na Ásia Ocidental, que abrangia o Egito, a Arábia, a Síria, a Palestina, a Mesopotâmia, a Armênia, o Irã e a Ásia Menor, surgiram as primeiras civilizações da Antigüidade. O Egito está localizado no nordeste da África, tendo como limites o Mar mediterrâneo ao norte, o Sudão ao sul, o Mar Vermelho a leste e o deserto da Líbia a oeste. É uma região predominantemente desértica cortada pelo estreito e fértil Vale do Rio Nilo. Por se tratar de uma civilização de aproximadamente 5.000 anos, houve várias mudança sociais, políticas, religiosas e econômicas no decorrer desse longo período. A religião assumia a forma politeísta. Os Antigos Egípcios acreditavam que os Deuses tinham as mesmas necessidades e desejos comum aos homens. Os Deuses eram representados na forma humana, na forma animal. Havia também divindades híbridas com o corpo humano e cabeça de animal: Hator (a vaca), Anúbis (o chacal), Hórus (o falcão). Cultuavam-se ainda os fenômenos da natureza. Haviam inúmeros Deuses, sendo inevitável as rivalidades e as contradições. No princípio era apenas Num (Caos), o oceano primordial, onde se ocultava Aton, escondido num botão de lótus. Inesperadamente Aton apareceu sobre Num, resplandecente na forma de Rá e criou dois filhos divinos: Shu, deus do Ar, e Tefnut , deusa da Umidade. Deste casal nasceram Geb, deus da Terra, e Nut, deusa do Céu, que por sua vez deram à luz dois filhos, Osíris e Seth, e duas filhas, Ísis e Néftis Os principais Deuses estão apresentados abaixo: Ísis, era dotada de grandes poderes mágicos. Reunia os atributos de beleza, feminilidade e sensualidade e os concedia a todas que a adorava. Protegia as crianças o que fazia dela a mais popular das Deusas. curava as doenças dos homens e expulsava os espíritos malignos com magia; fundou a família; ensinou os homens a fazer pão e às mulheres todas as artes femininas. Rá, Deus Sol, deus supremo, rei do mundo. Era o criador dos homens. Também chamado de Amon ou Amon-Rá. Anúbis, Deus-chacal da mumificação, assistia os ritos com os quais um morto era admitido no além-túmulo e era responsável pelas necrópoles (cemitérios) e encarregado de velar os túmulos e introduzir as almas no outro mundo. Empunha o cetro divino usado pelos Deuses e pelos Reis. Também Deus da Medicina. Hátor, Deusa do amor, da felicidade, da dança e da música. Simbolizada pela vaca. Quando nascia uma criança, sete Hátores decidiam sobre o seu futuro. Benevolente, foi a ama-de-leite de Hórus. Era a representação da mulher madura e de instinto maternal. Seth, Deus dos oásis do Senhor do Alto Egito. Representado por um imaginário animal como um burro. Associado ao deserto e às tempestades. Depois que matou seu irmão Osíris, passou a ser conhecido como deus da destruição, das tempestades, da guerra. Símbolo da desordem e da violência. Toth, Deus da sabedoria representado por um íbis ou por um babuíno, como íbis ele voa no céu, e como babuíno, saúda o sol nascente. Associado com a lua. Ao desaparecer o sol, tentava dissipar as trevas com a sua luz. Foi o inventor da linguagem escrita (hieróglifos) e falada. Nut (Neit), Deusa criadora do universo, mãe de Rá. Deusa guerreira, protegia os mais fracos, destruindo seus inimigos e abrindo caminhos. Afastava os maus espíritos. Néftis, Deusa lunar. Conhecedora da arte da tecelagem, foi também considerada a deusa guardiã. Hórus, o Deus com cabeça de falcão que segura na mão direita o ankh, símbolo da vida. Tauret, Deusa hipopótamo. Protegia as mulheres grávidas e as crianças. Osíris, Deus da terra e da vegetação. Simbolizava na sua morte a estiagem anual e no seu renascimento, a cheia periódica do Nilo e o desabrochar do trigo. Osíris dedicou-se a civilizar seus súditos, desviando-os do seu antigo estilo de vida nômade, indigente e bárbaro. Ensinou-os a cultivar a terra e a aproveitar da melhor maneira os seus frutos; ensinou-os a trabalhar com os metais e a fazer armas para defenderem-se das feras; convenceu-os a viver em comunidade e a fundar cidades; deu-lhes um conjunto de leis para que por elas o povo regulasse sua conduta e instruiu-os na reverência e adoração aos deuses. Sekmet, Deusa solar, com cabeça de leoa simbolizando o poder destruidor do Sol, temida e venerada. Comandava os mensageiros da morte e era responsável pelas epidemias. Ftás, Deus de Mênfis. Patrono dos artesões. Algumas lendas dizem que ele pronunciara os nomes de todas as coisas do mundo e com isso fizera existir. Maat, Deusa da justiça e do equilíbrio. Responsável pelo julgamento dos mortos. Segundo a lenda, Maat colocava, num dos pratos de uma balança, o coração do morto; no outro, uma pluma. Se o coração fosse mais pesado que a pluma, o morto era considerado impuro e, portanto, condenado. Sobeque, Deus-crocodilo venerado em cidades que dependiam da água, onde os sáurios eram criados em tanques e adornados com jóias. Era considerado o senhor do universo e chegava a ser associado ao Sol. Consu, Deus da Lua e da noite, esse mago de grande reputação era cultuado em várias regiões. Os tébanos viam nele o filho de Amon-Rá. Sua cabeça de falcão era coroada pelo disco lunar



Gabriel

O SINCRETISMO RELIGIOSO

Para simplificar o exposto de um problema assaz complexo, diremos que o sincretismo egípcio nasceu de dois grandes factores: de um lado a centralização política do Estado (nascido em vir. tude da justaposição de multidões de clãs tendo cada um sua vida religiosa e seus cultos particulares); de outro lado, a evo­lução da idéia de Deus.
A vida histórica do Egipto pôs em contacto, num mesmo Estado, submetido a contingências económicas, a crenças gerais, a um regime político comum, agrupamentos humanos cujos cul­tos, desde tempos imemoriais, tiveram, sempre, forma indepen­dente. A esse mosaico de concepções e de formas divinas sobre­puseram, conforme a evolução da vida política do país ou das crenças populares, cultos que se poderiam chamar "nacionais": o de Ré, o Sol, desde a V dinastia; o de Osíris, a partir do Pri­meiro Período Intermediário; o de Amon, a partir do Império Médio. Ora, no Egito, é fato sabido, nada se substitui, tudo se justapõe. Em todos os lugares onde os cultos mais gerais se intro­duziram, não ocuparam os lugares dos antigos deuses: sobre­puseram-se a eles; os deuses assim conquistados, enriqueceram­-se com novos aspectos; os deuses conquistadores, por seu turno, modificaram-se, guardando, para ulteriores conquistas, um pouco dos aspectos das divindades que acabavam de recobrir.
 esse primeiro aspecto, histórico e político, se deve ligar a sorte de Osíris, assimilando sucessivamente Andjti, Socáris, Quentamentiu; a de Ré, ajuntando-se a uma longa série de deu­ses: Amon-Ré, Sobec-Ré, Cnum-Ré...
Da multidão de "deuses únicos" da pré-história, nasceu, no Estado egípcio, multidões de cultos paralelos. Progressivamente, então, desenvolveu-se a distinção entre o deus e a sua manifes­tação sensível: A estátua, ou a imagem do culto, não é senão um aspecto que fixa, em algum ponto do território, a presença divina e universal. A partir desse momento, tornou-se possível crer numa omnipresença real do deus, cujas formas locais eram apenas aspectos que se completavam.
O sincretismo não é mais, nesses condições, que a tomada de consciência de um transbordamento, fora das formas nas quais o queriam cerrar, da força divina; justapondo, em figuras "pânteas", os nomes e as formas físicas de várias divindades, não se fez mais que exprimir, sob forma perceptível, a convicção da omnipresença da divindade -de uma mesma e única divin­dade incognoscível - em todas as suas manifestações terrestres, por mais diversas que fossem.
Esse sincretismo tornou-se, na Baixa Época, muito geral; deve-se a ele a surpreendente mistura de atributos e de epítetos que "unifica" a maioria das deusas egípcias, que faz de todos os deuses-meninos réplicas de Harpócrates, e agrupa, nas figu­rinhas mágico-protetoras, os atributos de uma dezena ou de. uma dúzia de deuses inicialmente distintos. Dele procedem, Igual­mente, as litanias que enumeram os múltiplos aspectos indivi­duais sob os quais um mesmo deus, que está presente em todas essas formas, mas as transcende, igualmente, a todas, se mani­festa através do país.
O sincretismo se exerceu, principalmente, em favor das divindades que representam as forças da natureza ou as principais funções da vida. Pelo fato mesmo da sua universalidade, elas foram reconhecidas desde todas as idades pelos habitantes de todas as partes do país, sob formas que, embora diversas, se prestavam admiravelmente para formar um todo. O amálgama produzir-se-á naturalmente entre os deuses da Vegetação e os da Fecundidade e as deusa-mãe. A deusa tsis, mãe de Horo, poderá ser assimilada a Hator, a deusa-vaca, a Necabit, a deusa tutelar de EI-Cab.. e também a Mut, a deusa tebana, cujo nome, aliás, 'significa a "Mãe".
Mas, sem dúvida, os que mais sofreram o sincretismo foram Ré, o deus solar, e Osíris, o deus fúnebre ou funerário.
O deus-Sol, revestido, mais que nenhum, de atributos univer­sais, logo será assimilado a todos os deuses que aspiram ao pri­mado. Já em Heliópolis se tinha operado a ligação entre Ré e Atum de um lado, entre Ré e Horo-do-Horizonte de outro. Em virtude do mesmo princípio, o deus-crocodilo de Faium se chamou Sebec-Ré, o deus-falcão Montu, do nome tebano, Montu-Ré, o deus-carneiro Cnum, de Elefantina, Cnum-Ré, e assim por diante. Osíris, logo que foi elevado ao posto de rei e deus dos Mortos, atraiu na sua esteira uma infinidade de deuses funéreos. Em Abidos suplantara o deus Quenti-Imentiu, o "Chefe dos Ociden­tais"; em Mênfis assimilou-se com Socáris, o antigo deus da necrópole local.
Às vezes é suficiente que as divindades tenham a mesma aparência para que logo sejam confundidas. O exemplo mais característico é fornecido pelos deuses-falcões, quase todos susceptíveis de se transformarem em Horo. Da mesma maneira, as deusas-vacas logo serão assimiladas a Hator.
Essas fusões convinham perfeitamente ao espírito egípcio, para o qual, a associação de imagens ocupava o lugar do laço .lógico; tratava-se, segundo as concepções egípcias, de aspectos diferentes da mesma realidade.
Na verdade, o sincretismo serviu para misturar, de maneira inextricável, concepções que nada tinham em comum. Daí o fato de a mitologia egípcia parecer, às vezes, disparatada e incoe­rente.


Gabriel
Árvore geneológia egípcia


Gabriel
A Religião Egípcia
Origens e características:As raízes da religião egípcias encontram-se nas aldeias neolíticas, anteriores à organização do Estado. Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc. As primeiras divindades que surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um animal. Os egípcios veneravam especialmente o Sol: devem ter percebido que a vida depende dele e o adoravam sob vários nomes e diversos cultos. À medida que foram aprendendo a dominar a natureza, passaram a valorizar as qualidades humanas e o antropomorfismo - concepção dos deuses sob a forma humana - apareceu na religião egípcia, algum tempo antes do advento da primeira dinastia.
Os egípcios eram politeístas. Cada nomo possuía o seu próprio deus, - senhor do lugar -, freqüentemente associado a um animal, enfeixando atribuições e poderes diferentes. Apenas as cerimônias do culto, executadas pelos altos sacerdotes, eram semelhantes para os diversos deuses. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia. Assim ocorreu com o deus Ra de Heliópolis, o Ptah de Mênfis, o Hórus-Falcão do Delta, o Amon-Ra de Tebas, o Ibis-Tot de Hermópolis.
A religião influenciava profundamente a vida dos egípcios. Consideravam que os menores detalhes de seu quotidiano e tudo que os cercava das cheias previsíveis do Nilo à morte acidental de um animal dependia inteiramente da disposição dos deuses.
Principais crenças
Entre as principais crenças religiosas egípcias, sobressaiu-se a do deus Sol, que foi durante vinte séculos o culto oficial da monarquia faraônica. Ao lado dele, os mitos mais importantes foram os de Osíris, Ísis e Hórus, favoritos da devoção popular. Os cultos do Sol e das demais divindades estavam vinculados à importância da agricultura e das cheias do Nilo, das quais dependia a vida das aldeias.
O culto solar, elaborado em Heliópolis ( Cidade do Sol ), reconhecia o Sol -denominado Ra -como divindade suprema e criadora do Universo. Era chamado também de Kopri (sol da manhã), e de Atum (sol da tarde). Esse culto fundiu-se com o de Amon de Tebas, daí Amon-Ra.
HINO AO DEUS RÁ (O SOL): "Que belo é teu levantares-te no horizonte do céu, ó Rá (Sol), iniciador da vida! Quando te arredondas no horizonte, enches a terra de tuas belezas: és encantador, sublime. Quando repousas no horizonte ocidental, a Terra fica em trevas, como morta... Mas a aurora vem, tu despontas no horizonte, irradias como Disco do dia, as trevas dissipam-se... As Duas-Terras do Egito põem-se em festa... Todos os animais se alegram, as árvores e plantas crescem, as aves voam de seus ninhos, com as asas abertas em adoração do teu Ka... Tu criaste a Terra segundo o teu coração, com os homens e os animais, tudo que na Terra existe..., os países estrangeiros..., a terra do Egito... Tu crias o Nilo no mundo inferior e os fazes sair à superfície da terra, onde queres, para alimentar os homens do Egito... e também puseste o Nilo no Céu, para que desça aos povos afastados, para regar seus campos, suas regiões, de que eles vivam... (Texto do 2º milênio a. C., in A. Moret, O Nilo e a Civilização Egípcia , citado por: FREITAS, G. de. 900 Textos e documentos de História. Antiguidade e Idade Média. Lisboa, Plátano, 1975, v. l, p. 78.
O MITO DE OSÍRIS: O deus Osíris era um grande rei, que sucedera a seu pai Geb (a Terra); de parceria com sua mulher; a deusa-mágica Ísis, ensinou aos homens a agricultura, inventou o pão, o vinho e a cerveja (elementos essenciais da alimentação do povo egípcio), revelou-lhes a metalurgia. Mas seu irmão Tifão ou Sete mata-o: afoga-o no Nilo, corta-o em pedaços, que espalha pelos canaviais. Então Ísis procura, recolhe e reúne os membros esparsos refaz o corpo (como múmia) e, usando da sua ciência mágica, ressucita Osíris, que viverá agora eternamente, mas no Céu. Vingando-o, seu filho, o deus Hórus, combate e vence Sete e sucede ao pai no trono do Egito. Dele recebem em herança este reino os reis humanos -os faraós-que assim têm caráter divino. A SIGNIFICAÇÃO DO MITO OSIRIANO: Este mito, não só procura explicar a ascendência divina dos faraós, como, sobretudo, exprime no drama de Osíris, ao mesmo tempo deus da vegetação e divinização do Nilo, o mistério do nascimento das plantas e seus frutos, e depois o da sua morte, quando, na mesma ocasião em que a cheia do Nilo acaba, o vento ardente do deserto (Sete ou Tifão) sopra, e as espigas de trigo ceifadas são batidas, para se separar o grão, de que uma parte, pela sementeira, volta à terra sua sepultura, quando o rio tiver outra vez fecundado o solo (tiver também ressuscitado), para renascer em novas espigas... (FREITAS, G. de., op. cit. V. 1, p. 47/48)
A lenda de Osíris, que conta a morte e ressurreição do deus, está intimamente ligada à vida política e sócio-econômica do Egito. Através dela, podemos obter dados sobre a unificação do Sul e do Norte, o plantio do trigo, a importância do Nilo e a origem do poder divino do Faraó.
O Faraó era a encarnação do deus e o sumo sacerdote, sendo o seu poder praticamente absoluto, porque exercido em nome do deus. Daí o Egito ser considerado uma monarquia despótica de origem divina. O templo egípcio, construído em pedra, não era um lugar à disposição do povo. Era a habitação privativa da divindade, ao qual somente o Faraó e os sacerdotes tinham acesso.
O culto diário consistia em preces, gestos consagrados, hinos e defumações de incenso, realizados pelos sacerdotes, como delegados do Faraó, em teoria o único habilitado a estabelecer a ligação entre os homens e os deuses. Pela manhã e à tarde, a porta do santuário localizada no interior do templo era aberta e a estátua do deus era reverenciada, lavada e vestida, recebendo oferendas de alimentos e bebidas. Em todos os santuários eram feitos os mesmos atos. Ao povo somente era permitido fazer suas oferendas e adorações na parte externa dos templos.
As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios, principalmente as pirâmides, túmulos dos faraós, os mais ricos da história humana em oferendas enterradas com os defuntos e em pinturas retratando a vida quotidiana. A crença na ressurreição do corpo conservado gerou a prática da mumificação por processos muito desenvolvidos e até hoje não inteiramente conhecidos.
O EMBALSAMENTO DE RICO: "Primeiro, com a ajuda de um ferro curvo, extraem o cérebro pelas narinas... Em seguida, com uma pedra cortante, fazem uma incisão no flanco e retiram os intestinos, que limpam e purificam com vinho de palmeira e purificam uma segunda vez com arômatas moídas. Depois, enchem o ventre de mirra pura triturada, de canela e de todos os outros arômatas, com exceção do incenso e cosem. Feito isso, salgam o corpo cobrindo-o de natrão (carbonato de sódio natural) durante 70 dias... Lavam o corpo, enrolam-o todo em faixas de linho fino, com uma camada de borracha (como cola)... Metem o morto num estojo de madeira em forma de figura humana... que guardam no interior de uma câmara funerária...
O EMBALSAMENTO DE POBRE: Desinfetam os intestinos... metem-no no sal durante 70 dias; entregam o corpo. (Heródoto, in: FREITAS, G. de, 900 Textos e Documentos de História. Lisboa, Plátano, 1975, v. 1, p. 49.
Enormes recursos e trabalhadores foram recrutados no Egito, na construção de templos e pirâmides paraperpetuar os Faraós, suas realizações e feitos, mesmo que isso significasse o trabalho compulsório de grande parte da população, não beneficiária desses momentos. A cada ano, os sacerdotes realizavam cerimônias para garantir a chegada da inundação, e o rei agradecia a colheita solenemente às divindades adequadas. Os deuses eram consultados para solucionar problemas políticos e burocráticos, bem como os de caráter familiar. A religião penetrava, pois, em todos os aspectos da vida pública e privada dos antigos egípcios, tornando-se a base do poder do Faraó ( Senhor da Casa Grande) e marcando profundamente a sociedade, a política, a economia, a medicina, as letras e as artes.
ESCRITA, LITERATURA, CIÊNCIAS E ARQUITETURA
A escrita hieroglífica, inventada em fins do período pré-dinástico e aperfeiçoada sob as primeiras dinastias, foi utilizada até o fim da Antiguidade. Consistia numa combinação de ideogramas (sinais que representam idéias) e fonogramas (sinais que representam sons). Deu origem a duas outras escritas mais simplificadas e mais próprias a serem grafadas no papiro: o hierático e o demótico. A escrita hierogrífica foi decifrada pelo francês Champollion, em 1822.
Os textos egípcios que se conservaram são predominantes religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos (coletânea de ensinamentos de como proceder na vida de além-túmulo e durante o julgamento de Osíris), hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos, além de romances, poesias líricas, sátiras, tratados técnicos, etc.
A ciência egípcia consistia em conhecimentos práticos diversos como receitas de medicamentos, fórmulas geométricas e trigonométricas para a agrimensura ou para a construção. A numeração era decimal, mas não usavam o zero; conheciam a soma e a subtração. O calendário, ao mesmo tempo solar e lunar, estabeleceu-se cedo, através da observação da coincidência eventual do aparecimento conjunto do sol e da estrela Sírius. Os médicos egípcios eram famosos na Antiguidade e a prática da mumificação levou a uma acumulação de conhecimentos sobre anatomia. Não obstante, a medicina, a astronomia e os outros ramos da ciência estavam profundamente penetrados de magia e de religião.
A arte egípcia preocupou-se em expressar a riqueza e o poder dos governantes, destacando-se a arquitetura monumental, a decoração de templos e túmulos com relevos, pinturas e estátuas, a confecção de vasos de pedra e a ourivesaria.
A arquitetura era sólida, de proporções colossais, tentando expressar toda a força e poder da monarquia. Os exemplos mais conhecidos são as pirâmides (características do Antigo Império), destacando-se as dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos; a Esfíngie, gigantesca estátua com corpo de leão e cabeça humana, cuja construção é atribuída a Quéfren; os templos de Luxor e de Carnac, erguidos no Novo Império. Além das pirâmides, a arquitetura funerária criou outros tipos de túmulos: as mastabas, de forma trapezoidal e os hipogeus, tumbas subterrâneas cavadas nas montanhas.
Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.História: Pré-História, Antiguidade e Feudalismo, 1989


Gabriel

sexta-feira, 13 de março de 2009


Mitologia egípcia ou, em sentido lato, religião egípcia refere-se às divindades, mitos e práticas cultuais dos habitantes do Antigo Egipto. Não existiu propriamente uma "religião" egípcia, pois as crenças - frequentemente diferentes de região para região - não era a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo do Egipto, terra que tinham governado no passado distante.


As várias divindades egípcias existentes caracterizavam-se pela sua capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo e de sobreviver a ataques. A maioria delas era benevolente, com excepção de algumas divindades com personalidade mais ambivalente como as deusas Sekhet e Mut.
Um deus poderia também assumir várias formas e possuir outros nomes. O exemplo mais claro é o da divindade solar que era conhecido como Kepra, representado como um escaravelho, quando era o sol da manhã. Recebia o nome de Atum enquanto sol do entardecer, sendo visto como velho e curvado, um deus esperado pelos mortos, que se aquecem com os seus raios. Durante o dia, Rá anda pela Terra como um falcão. Estes três aspectos e outros setenta e dois são invocados numa ladainha sempre na entrada dos túmulos reais.
Estas divindades eram agrupadas de várias maneiras, como em grupos de nove deuses (as Enéades), de oito deuses (as Ogdóades), ou de três deuses (tríades). A principal Enéade era a da cidade de Heliópolis presidida pela divindade solar Rá.


David

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Tu és o Nilo, os deuses e os homens vivem da tua emanação." Faraó Ramsés, "Hino à Osíris".O Nilo, o "Rio dos Deuses", que corre ao longo de 6.400 Km - do coração da África até o Mediterrâneo - marcou todos os aspectos da vida e das crenças de diversos povos. Ainda podemos encontrar, até hoje, vestígios de antigos modos de vida nos planaltos da Etiópia, nos extensos pântanos do Sudão e nos campos do Egito. Foi às suas margens que surgiu a primeira das grandes civilizações do mundo.No Egito, 6.400 anos atrás...O Egito foi o berço da civilização ocidental. Foi ali que o homem fez as suas primeiras colheitas e que chegou mais próximo do antigo sonho humano de construir um paraíso na Terra, transformando as margens do Nilo numa espécie de “jardim do Éden”. Na atualidade, o talento dos antigos egípcios é cada vez mais reconhecido, e suas idéias ainda alimentam a nossa imaginação. Foram eles que inventaram a primeira língua escrita, gravando-a na pedra, e celebraram suas crenças em monumentos que permanecem através dos milênios. Criaram uma religião em que o homem e a natureza deveriam conviver em harmonia para sempre.As crenças religiosas dos antigos egípcios tiveram uma influência importantíssima no desenvolvimento da sua cultura, embora nunca tenha existido entre eles uma verdadeira religião, no sentido de um sistema teológico unificado. A fé egípcia baseava-se no acúmulo não muito bem organizado de diversos mitos antigos, no culto à natureza e a inumeráveis divindades. No mais influente e famoso destes mitos desenvolve-se uma hierarquia divina e se explica a criação do mundo.De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio não existia nem céu, nem terra, e nada era senão o Oceano Primal, a água primeva sem limites, amortalhada, contudo em densa escuridão. Nessas condições, permaneceu por tempo incomensurável, muito embora contivesse dentro de si os germes de todas as coisas que, mais tarde, vieram a existir neste mundo, e o próprio mundo... Por fim, NU, o espirito da água primeva, o pai dos deuses, sentiu o desejo da atividade criadora e, tendo pronunciado a palavra, o mundo existiu - passou a existir imediatamente, na forma já traçada na mente do espírito. O ato da criação, seguinte à palavra, foi a formação de um germe ou ovo (segundo algumas versões de uma flor), do qual saltou Ra, o deus sol, dentro de cuja forma brilhante estava incluído o poder absoluto do espirito divino, o criador do mundo. Ra, o deus sol, adorado desde os tempos pré históricos, em 3.800 aC foi considerado rei dos os deuses (na IV Dinastia suas oferendas são apresentadas por Osíris que, mais tarde, suplanta o próprio Rá).Rá deu à luz quatro filhos: os deuses “Shu” e “Geb” e as deusas “Tefnet” e “Nut”. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, “Seth” e “Osíris”, e duas filhas, “Ísis” e “Neftis”. Osíris sucedeu Rá como rei da terra, ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Mas Seth odiava seu irmão Osíris, e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus “Anúbis”, que desta forma tornou-se o deus do embalsamamento. Porém, os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. “Hórus”, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Seth, em uma grande batalha, tornando-se rei da terra.Desse mito da criação surgiu a concepção da “Eneada”, grupo de nove divindades, e da tríade formada por um pai, uma mãe e um filho divinos - cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá, com seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no mundo egípcio. Já a origem das deidades locais é obscura: algumas vieram de outras religiões e outras de deuses animais da África pré-histórica - no cerne da antiga religião egípcia estava a crença de que homem e natureza deveriam conviver em harmonia, sendo de responsabilidade do homem zelar para que assim fosse.A admiração dos antigos egípcios pelos elementos da natureza era tão grande que transformaram-nos em deuses. No antigo Egito o clima era muito mais úmido do que hoje, e as primeiras dinastias chegaram a conviver com elefantes, rinocerontes e girafas. Longe no Nilo, na Savana, viviam muitos grandes felinos e manadas de herbívoros, além de diversas outras espécies, uma harmonia de fauna e flora exuberantes. Assim, a fêmea do hipopótamo, voluptuosa e maternal, representava “Tauereth”, a deusa dos nascimentos. Seth, o deus do caos, era representado como um hipopótamo macho, já que à noite estes costumavam invadir os campos de colheita, provocando destruição e desordem. Graças à sua capacidade de enxergar além do horizonte, a girafa representava a previsão, e o búfalo era símbolo de poder e agressividade. O leão era rei, e o rei era visto e representado como um leão. Tábuas datadas de 3500 aC mostram o soberano egípicio como um feroz leão devorando seus inimigos. Mas não havia criatura mais bem adaptada para sobreviver no pântano do que o Íbis sagrado, que introduz no lodo o seu bico curvo, conseguindo assim capturar até a mais escorregadia das presas. Assim, “Thot”, o deus da sabedoria, era representado com corpo humano e cabeça de Íbis.Todos estes elementos foram gradativamente se fundindo em uma complicada estrutura religiosa, ainda que relativamente poucas dessas divindades tivessem chegado a ser realmente importantes em todo o Egito. As divindades principais incluíam os deuses “Amon”, Thot, “Ptah”, “Khnemu” e “Hapi” e as deusas “Hator”, “Nut”, “Neit” e “Seket”. Sua importância aumentou com o crescimento político das localidades onde eram veneradas. Exemplo: a eneada de Mênfis era encabeçada por uma tríade composta pelo pai Ptah, a mãe Seket e o filho “Imhotep”.De qualquer modo, durante as dinastias menfitas, Ptah chegou a ser um dos maiores deuses do Egito. De forma semelhante, quando as dinastias tebanas governaram o Egito, a eneada de Tebas adquiriu grande importância, encabeçada pelo pai “Amon”, a mãe “Mut” e o filho “Khonsu”. Conforme a religião foi se desenvolvendo, muitos seres humanos glorificados após a morte acabaram sendo confundidos com deuses. Assim Imhotep, que originariamente fora o primeiro ministro do governador da III Dinastia Zoser, chegou a ser conceituado como um semideus. Durante a V Dinastia, os faraós começaram a atribuir a si mesmos ascendência divina, e desde essa época foram venerados como filhos de Rá. Deuses menores, os demônios ocuparam também um lugar hierárquico entre as divindades egípcias.Relação de alguns dos principais deuses e seus atributos (em ordem alfabética):Anúbis - dos mortos e do submundo. Bastet - fertilidade, protetora das mulheres grávidas. Chu - ar seco, luz do sol. Geb - deus da terra. Hathor - amor, alegria, dança, vinho, festas. Hórus - deus Céu. Ísis - amor, da mágica. Khnum - criatividade, controlador das águas do rio Nilo. Maet --- justiça e equilíbrio. Osíris* --- ressurreição, vida pós morte, fertilidade, vegetação. Ptah --- obras feitas em pedra. Rá --- deus Sol, o maior dos deuses, ao lado de Osíris. Seth --- tempestade, mal, desordem e violência. Sobek --- paciência, astúcia. Tefnut --- nuvens e umidade. Toth --- sabedoria, conhecimento, representante da Lua.* Osíris era representado como um ser de pele verde (fertilidade da terra), sempre segurando um cajado de pastor numa mão e um mangal para cereais na outra - a mais perfeita imagem que se poderia conceber para o "senhor da vida".Alguns conceitos básicos da antiga religião egípciaDesde o momento em que o homem superou o animal e despontou como ser reinante sobre a terra, começou a enterrar os seus mortos e a lhes oferecer meios de sobreviver na vida eterna. Em suas tumbas, numa prática de oferendas mortuárias que perdura até hoje, faz ofertas de alimentos, utensílios, flores e outras dádivas. No Egito, desde 4.400 aC, no reinado de "Mena" - o 1º rei histórico daquele país (I Dinastia) - o egípcio esperava comer, beber e levar uma vida regalada na região onde supunha estar o "Céu"; e ali partilhar, para sempre, em companhia dos deuses, todos os prazeres celestiais.A religião egípcia, como todas as outras religiões antigas, com execeção do Budismo, apresenta os deuses com vícios e virtudes, assim como os homens; porém, muito mais sábios e detentores da magia que os torna poderosos.Mumificação - Já na IV dinastia, (3.800 a.C.), todos os textos religiosos supõem que se possa imunizar o corpo por inteiro, mumificando-o. O procedimento era o seguinte:Primeiramente o cérebro do cadáver era extraído, pelas narinas. Depois, as "entranhas" eram retiradas pelo ânus ou por uma incisão na barriga; por fim o coração era também retirado e substituído por um escaravelho de pedra. Seguia-se uma lavagem e salgação onde o cadáver ficava por um mês. Depois era novamente secado, por mais um mês ou dois. Para evitar a deformação, o corpo era recheado de argila, areia, rolos de pano de linho, com muita atenção às formas anatômicas, como os seios, e embebidos em drogas aromáticas, ungüentos e betume. Geralmente o amortalhamento era feito em vários ataúdes de madeira, uns dentro dos outros e, finalmente, o corpo mumificado era colocado em um sarcófago de pedra.A religião egípcia elaborou um conjunto de conceitos complexo e sofisticadíssimo, para entender e explicar a natureza do homem. Segundo esta, a natureza humana é composta de 8 partes:1 - O corpo físico era "CAT".2 - Ligado a esse CAT estava o seu duplo, também físico - o "CA", cuja existência é independente do CAT, sendo livre para viajar para diversos lugares à sua vontade. Oferendas eram deixadas nos túmulos para alimentar o CA, que come, bebe e aprecia o cheiro do incenso.3. À alma imaterial chamavam "BA" - algo sublime, nobre, poderoso. O BA morava no CA e tinha forma e substância. Nos antigos papiros, aparece como um falcão com cabeça humana.4. "AB", o coração, que era a sede da vida humana.5. A inteligência espiritual, ou o espírito do homem, era "CÜ", a parte brilhante e etérea do corpo, que vivia com os deuses, no Céu.6. Outra parte do homem que também ia para o céu era o "SEQUEM", sua força vital.7. "CAIBIT", ou sombra, era uma parte considerada sempre próxima à alma (BA).8. Por fim, temos "REN" - o nome do indivíduo. Trata-se de uma de suas partes mais importantes, pois se o nome fosse eliminado, poderia se destruir o(a) próprio(a) homem(mulher) como um todo.Resumindo, o homem se constituía de corpo, duplo, alma, coração, inteligência espiritual, poder vital, sombra e nome. Mas essas 8 partes em algumas citações foram reduzidas a 3: corpo, alma e espírito. Na V dinastia (3.400 a.C.) afirmava-se de modo preciso: "A alma para o Céu e o corpo para a terra".
David