segunda-feira, 16 de março de 2009





















































Egito Antigo e Contemporâneo-Mitologia e Religião






1.O que representa a Mitologia e Religião Egípcia ?







É o conjunto de crenças e práticas religiosas que regiam a vida e a moral dos antigos egípcios.
No Egito Antigo, as pessoas acreditavam em vários deuses, ou seja, eram politeísta.
Cada divindade possuía algum poder. Por exemplo, podiam estar presente em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas e interferir nos fenômenos da natureza.
O termo mitologia representa histórias baseadas em tradições e lendas feitas para explicar o universo. A mitologia egípcia descreve as crenças do Antigo Egito.
Cada cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia.
Os deuses egípicios eram considerados os verdadeiros donos do Egito.Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc.
Os egípicios acreditavam que o rei (faraó) era invencível e possuía poderes divinos. Estes poderes faziam as colheitas crescerem, o gado sobreviver, a ordem das estações se manter e o Nilo transbordar no momento adequado, para irrigar as terras agrícolas, tornando-se férteis. O poder do faraó, graças à religião, era muito grande, e era dificíl que se duvidasse dele. Isso caracterizou a sociedade egípcia durante mais de três milênios. É provável que em nenhuma outra civilização as crenças religiosas tenham determinado de forma tão nítida a organização social como no antigo Egito.




2.História














Por volta de 3100 a.C., durante 3 mil anos, a religião egípcia desenvolveu-se sem influências externas. Os faraós centralizavam todo o poder e eram tidos como encarnação de Hórus, o grande deus, filho de Osíris, senhor dos mortos, e da deusa Ísis. A missão dos reis era manter a ordem estabelecida pelos deuses, baseados em fundamentos da verdade, justiça e paz social.
Após a conquista do Egito por Alexandre o Grande no final do século IV a.C. a religião egípcia adotou algumas formas gregas. As civilizações helenística (grega) e romana também assimilaram cultos de origem egípcia.













3.Biografias:













No Egipto estas 3 divindades acabaram constituindo uma santa trindade divina, (análoga à que os cristãos muito mais tarde defenderam na sua religião monoteísta), e constituiram apenas 1 única deidade : aquele que originou todos os deuses e que era pai de todos os deuses.
Atom é o deus da origem do universo, associado com a serpente e também com o sol negro.
Amon, era o deus cornudo porque associado ao carneiro, cuja a simbologia esta relacionada com o signo astrológico de capricórnio. Amon, (Aamon, Ammon, etc), era também representado por um ganso.
Rá era o deus que originou todas as coisas, deus da vida, associado ao Sol.
Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Neftis. Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis, que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha tornando-se rei da terra. Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades, e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no mundo egípcio.






4.Exemplos de deuses egípicios:













Atom: deus da origem do universo, associado com a serpente e também com o sol negro.Amon: era o deus representado pelo carneiro, cuja a simbologia esta relacionada com o signo astrológico de capricórnio.


Rá: representava o Sol e rege todas as coisas.


O criador dos deuses e da ordem divina Shu: representava a atmosfera Geb: representava a terra. Era ele que impedia os espíritos maus de partir deste mundo e as conduzia ás entranhas da terra, aprisionando-os. Este deus era também responsável pelo estímulo ao lado material da vida.Tefnet: representava a atmosferaNut: representava o céuSeth: era a personificação do malÍsis: tinha poderes mágicos. Deusa do amorNeftis: rainha dos desertos e deusa da morteAnúbis: deus do embalsamentoHorus: rei da terra, deus de cabeça de falcão símbolo da vida. Deus da vida e da morte.Ptah: deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império.Hátor: deus do amor. Deusa do feminino, da fertilidade, da sexualidade, do amor, da embriaguez, da prostituição, da felicidade, da prosperidade material e boas bênçãos aos humanos . Era uma das deusas mais reverenciadas na antiguidade e o seu templo um dos mais belos do antigo Egipto.Maat: deusa da justiça e do equilíbrio.Ammut: Deusa do inferno, que devorava as almas que foram condenadas ate que elas deixassem de existir para sempre.Tot: era o escriba dos deuses, o deus da aprendizagem e da sabedoria relacionada com o oculto, a magia, o sobrenatural.Sechtat: era a deusa da sabedoria na forma da ciência: astronomia, matemática, medicina, arquitectura, etc.Madset: uma deusa associada á JustiçaSakmet: deusa solar.Nun: representava o abismo líquido ou as águas primordiais, a partir do qual todo o mundo foi criado; é a divindade mais velha e sábia de todasAtun: o sol nascenteConsu: deus da lua e da noite.Tauret: deusa hipopótamo que protegia mulheres grávidas e crianças.Thoth: deus da sabedoria.Neftis e Osíris: é o deus dos funerais e guardião dos cemitériosBastet: a deusa gata tem o poder de controlar o eclipse e tem o poder da fertilidade. Konshu: Deus da lua, do tempo e do conhecimento5. Bibliografia:Links da Internet:
http://www.miniweb.com.br/Historia/artigos/i_antiga/religiao_egito.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_egípcia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia
Livros:
- Enciclopédia Britannica do Brasil Publicações Ltda.












Lucas e Gabriel

Na Ásia Ocidental, que abrangia o Egito, a Arábia, a Síria, a Palestina, a Mesopotâmia, a Armênia, o Irã e a Ásia Menor, surgiram as primeiras civilizações da Antigüidade. O Egito está localizado no nordeste da África, tendo como limites o Mar mediterrâneo ao norte, o Sudão ao sul, o Mar Vermelho a leste e o deserto da Líbia a oeste. É uma região predominantemente desértica cortada pelo estreito e fértil Vale do Rio Nilo. Por se tratar de uma civilização de aproximadamente 5.000 anos, houve várias mudança sociais, políticas, religiosas e econômicas no decorrer desse longo período. A religião assumia a forma politeísta. Os Antigos Egípcios acreditavam que os Deuses tinham as mesmas necessidades e desejos comum aos homens. Os Deuses eram representados na forma humana, na forma animal. Havia também divindades híbridas com o corpo humano e cabeça de animal: Hator (a vaca), Anúbis (o chacal), Hórus (o falcão). Cultuavam-se ainda os fenômenos da natureza. Haviam inúmeros Deuses, sendo inevitável as rivalidades e as contradições. No princípio era apenas Num (Caos), o oceano primordial, onde se ocultava Aton, escondido num botão de lótus. Inesperadamente Aton apareceu sobre Num, resplandecente na forma de Rá e criou dois filhos divinos: Shu, deus do Ar, e Tefnut , deusa da Umidade. Deste casal nasceram Geb, deus da Terra, e Nut, deusa do Céu, que por sua vez deram à luz dois filhos, Osíris e Seth, e duas filhas, Ísis e Néftis Os principais Deuses estão apresentados abaixo: Ísis, era dotada de grandes poderes mágicos. Reunia os atributos de beleza, feminilidade e sensualidade e os concedia a todas que a adorava. Protegia as crianças o que fazia dela a mais popular das Deusas. curava as doenças dos homens e expulsava os espíritos malignos com magia; fundou a família; ensinou os homens a fazer pão e às mulheres todas as artes femininas. Rá, Deus Sol, deus supremo, rei do mundo. Era o criador dos homens. Também chamado de Amon ou Amon-Rá. Anúbis, Deus-chacal da mumificação, assistia os ritos com os quais um morto era admitido no além-túmulo e era responsável pelas necrópoles (cemitérios) e encarregado de velar os túmulos e introduzir as almas no outro mundo. Empunha o cetro divino usado pelos Deuses e pelos Reis. Também Deus da Medicina. Hátor, Deusa do amor, da felicidade, da dança e da música. Simbolizada pela vaca. Quando nascia uma criança, sete Hátores decidiam sobre o seu futuro. Benevolente, foi a ama-de-leite de Hórus. Era a representação da mulher madura e de instinto maternal. Seth, Deus dos oásis do Senhor do Alto Egito. Representado por um imaginário animal como um burro. Associado ao deserto e às tempestades. Depois que matou seu irmão Osíris, passou a ser conhecido como deus da destruição, das tempestades, da guerra. Símbolo da desordem e da violência. Toth, Deus da sabedoria representado por um íbis ou por um babuíno, como íbis ele voa no céu, e como babuíno, saúda o sol nascente. Associado com a lua. Ao desaparecer o sol, tentava dissipar as trevas com a sua luz. Foi o inventor da linguagem escrita (hieróglifos) e falada. Nut (Neit), Deusa criadora do universo, mãe de Rá. Deusa guerreira, protegia os mais fracos, destruindo seus inimigos e abrindo caminhos. Afastava os maus espíritos. Néftis, Deusa lunar. Conhecedora da arte da tecelagem, foi também considerada a deusa guardiã. Hórus, o Deus com cabeça de falcão que segura na mão direita o ankh, símbolo da vida. Tauret, Deusa hipopótamo. Protegia as mulheres grávidas e as crianças. Osíris, Deus da terra e da vegetação. Simbolizava na sua morte a estiagem anual e no seu renascimento, a cheia periódica do Nilo e o desabrochar do trigo. Osíris dedicou-se a civilizar seus súditos, desviando-os do seu antigo estilo de vida nômade, indigente e bárbaro. Ensinou-os a cultivar a terra e a aproveitar da melhor maneira os seus frutos; ensinou-os a trabalhar com os metais e a fazer armas para defenderem-se das feras; convenceu-os a viver em comunidade e a fundar cidades; deu-lhes um conjunto de leis para que por elas o povo regulasse sua conduta e instruiu-os na reverência e adoração aos deuses. Sekmet, Deusa solar, com cabeça de leoa simbolizando o poder destruidor do Sol, temida e venerada. Comandava os mensageiros da morte e era responsável pelas epidemias. Ftás, Deus de Mênfis. Patrono dos artesões. Algumas lendas dizem que ele pronunciara os nomes de todas as coisas do mundo e com isso fizera existir. Maat, Deusa da justiça e do equilíbrio. Responsável pelo julgamento dos mortos. Segundo a lenda, Maat colocava, num dos pratos de uma balança, o coração do morto; no outro, uma pluma. Se o coração fosse mais pesado que a pluma, o morto era considerado impuro e, portanto, condenado. Sobeque, Deus-crocodilo venerado em cidades que dependiam da água, onde os sáurios eram criados em tanques e adornados com jóias. Era considerado o senhor do universo e chegava a ser associado ao Sol. Consu, Deus da Lua e da noite, esse mago de grande reputação era cultuado em várias regiões. Os tébanos viam nele o filho de Amon-Rá. Sua cabeça de falcão era coroada pelo disco lunar



Gabriel

O SINCRETISMO RELIGIOSO

Para simplificar o exposto de um problema assaz complexo, diremos que o sincretismo egípcio nasceu de dois grandes factores: de um lado a centralização política do Estado (nascido em vir. tude da justaposição de multidões de clãs tendo cada um sua vida religiosa e seus cultos particulares); de outro lado, a evo­lução da idéia de Deus.
A vida histórica do Egipto pôs em contacto, num mesmo Estado, submetido a contingências económicas, a crenças gerais, a um regime político comum, agrupamentos humanos cujos cul­tos, desde tempos imemoriais, tiveram, sempre, forma indepen­dente. A esse mosaico de concepções e de formas divinas sobre­puseram, conforme a evolução da vida política do país ou das crenças populares, cultos que se poderiam chamar "nacionais": o de Ré, o Sol, desde a V dinastia; o de Osíris, a partir do Pri­meiro Período Intermediário; o de Amon, a partir do Império Médio. Ora, no Egito, é fato sabido, nada se substitui, tudo se justapõe. Em todos os lugares onde os cultos mais gerais se intro­duziram, não ocuparam os lugares dos antigos deuses: sobre­puseram-se a eles; os deuses assim conquistados, enriqueceram­-se com novos aspectos; os deuses conquistadores, por seu turno, modificaram-se, guardando, para ulteriores conquistas, um pouco dos aspectos das divindades que acabavam de recobrir.
 esse primeiro aspecto, histórico e político, se deve ligar a sorte de Osíris, assimilando sucessivamente Andjti, Socáris, Quentamentiu; a de Ré, ajuntando-se a uma longa série de deu­ses: Amon-Ré, Sobec-Ré, Cnum-Ré...
Da multidão de "deuses únicos" da pré-história, nasceu, no Estado egípcio, multidões de cultos paralelos. Progressivamente, então, desenvolveu-se a distinção entre o deus e a sua manifes­tação sensível: A estátua, ou a imagem do culto, não é senão um aspecto que fixa, em algum ponto do território, a presença divina e universal. A partir desse momento, tornou-se possível crer numa omnipresença real do deus, cujas formas locais eram apenas aspectos que se completavam.
O sincretismo não é mais, nesses condições, que a tomada de consciência de um transbordamento, fora das formas nas quais o queriam cerrar, da força divina; justapondo, em figuras "pânteas", os nomes e as formas físicas de várias divindades, não se fez mais que exprimir, sob forma perceptível, a convicção da omnipresença da divindade -de uma mesma e única divin­dade incognoscível - em todas as suas manifestações terrestres, por mais diversas que fossem.
Esse sincretismo tornou-se, na Baixa Época, muito geral; deve-se a ele a surpreendente mistura de atributos e de epítetos que "unifica" a maioria das deusas egípcias, que faz de todos os deuses-meninos réplicas de Harpócrates, e agrupa, nas figu­rinhas mágico-protetoras, os atributos de uma dezena ou de. uma dúzia de deuses inicialmente distintos. Dele procedem, Igual­mente, as litanias que enumeram os múltiplos aspectos indivi­duais sob os quais um mesmo deus, que está presente em todas essas formas, mas as transcende, igualmente, a todas, se mani­festa através do país.
O sincretismo se exerceu, principalmente, em favor das divindades que representam as forças da natureza ou as principais funções da vida. Pelo fato mesmo da sua universalidade, elas foram reconhecidas desde todas as idades pelos habitantes de todas as partes do país, sob formas que, embora diversas, se prestavam admiravelmente para formar um todo. O amálgama produzir-se-á naturalmente entre os deuses da Vegetação e os da Fecundidade e as deusa-mãe. A deusa tsis, mãe de Horo, poderá ser assimilada a Hator, a deusa-vaca, a Necabit, a deusa tutelar de EI-Cab.. e também a Mut, a deusa tebana, cujo nome, aliás, 'significa a "Mãe".
Mas, sem dúvida, os que mais sofreram o sincretismo foram Ré, o deus solar, e Osíris, o deus fúnebre ou funerário.
O deus-Sol, revestido, mais que nenhum, de atributos univer­sais, logo será assimilado a todos os deuses que aspiram ao pri­mado. Já em Heliópolis se tinha operado a ligação entre Ré e Atum de um lado, entre Ré e Horo-do-Horizonte de outro. Em virtude do mesmo princípio, o deus-crocodilo de Faium se chamou Sebec-Ré, o deus-falcão Montu, do nome tebano, Montu-Ré, o deus-carneiro Cnum, de Elefantina, Cnum-Ré, e assim por diante. Osíris, logo que foi elevado ao posto de rei e deus dos Mortos, atraiu na sua esteira uma infinidade de deuses funéreos. Em Abidos suplantara o deus Quenti-Imentiu, o "Chefe dos Ociden­tais"; em Mênfis assimilou-se com Socáris, o antigo deus da necrópole local.
Às vezes é suficiente que as divindades tenham a mesma aparência para que logo sejam confundidas. O exemplo mais característico é fornecido pelos deuses-falcões, quase todos susceptíveis de se transformarem em Horo. Da mesma maneira, as deusas-vacas logo serão assimiladas a Hator.
Essas fusões convinham perfeitamente ao espírito egípcio, para o qual, a associação de imagens ocupava o lugar do laço .lógico; tratava-se, segundo as concepções egípcias, de aspectos diferentes da mesma realidade.
Na verdade, o sincretismo serviu para misturar, de maneira inextricável, concepções que nada tinham em comum. Daí o fato de a mitologia egípcia parecer, às vezes, disparatada e incoe­rente.


Gabriel
Árvore geneológia egípcia


Gabriel
A Religião Egípcia
Origens e características:As raízes da religião egípcias encontram-se nas aldeias neolíticas, anteriores à organização do Estado. Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc. As primeiras divindades que surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um animal. Os egípcios veneravam especialmente o Sol: devem ter percebido que a vida depende dele e o adoravam sob vários nomes e diversos cultos. À medida que foram aprendendo a dominar a natureza, passaram a valorizar as qualidades humanas e o antropomorfismo - concepção dos deuses sob a forma humana - apareceu na religião egípcia, algum tempo antes do advento da primeira dinastia.
Os egípcios eram politeístas. Cada nomo possuía o seu próprio deus, - senhor do lugar -, freqüentemente associado a um animal, enfeixando atribuições e poderes diferentes. Apenas as cerimônias do culto, executadas pelos altos sacerdotes, eram semelhantes para os diversos deuses. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia. Assim ocorreu com o deus Ra de Heliópolis, o Ptah de Mênfis, o Hórus-Falcão do Delta, o Amon-Ra de Tebas, o Ibis-Tot de Hermópolis.
A religião influenciava profundamente a vida dos egípcios. Consideravam que os menores detalhes de seu quotidiano e tudo que os cercava das cheias previsíveis do Nilo à morte acidental de um animal dependia inteiramente da disposição dos deuses.
Principais crenças
Entre as principais crenças religiosas egípcias, sobressaiu-se a do deus Sol, que foi durante vinte séculos o culto oficial da monarquia faraônica. Ao lado dele, os mitos mais importantes foram os de Osíris, Ísis e Hórus, favoritos da devoção popular. Os cultos do Sol e das demais divindades estavam vinculados à importância da agricultura e das cheias do Nilo, das quais dependia a vida das aldeias.
O culto solar, elaborado em Heliópolis ( Cidade do Sol ), reconhecia o Sol -denominado Ra -como divindade suprema e criadora do Universo. Era chamado também de Kopri (sol da manhã), e de Atum (sol da tarde). Esse culto fundiu-se com o de Amon de Tebas, daí Amon-Ra.
HINO AO DEUS RÁ (O SOL): "Que belo é teu levantares-te no horizonte do céu, ó Rá (Sol), iniciador da vida! Quando te arredondas no horizonte, enches a terra de tuas belezas: és encantador, sublime. Quando repousas no horizonte ocidental, a Terra fica em trevas, como morta... Mas a aurora vem, tu despontas no horizonte, irradias como Disco do dia, as trevas dissipam-se... As Duas-Terras do Egito põem-se em festa... Todos os animais se alegram, as árvores e plantas crescem, as aves voam de seus ninhos, com as asas abertas em adoração do teu Ka... Tu criaste a Terra segundo o teu coração, com os homens e os animais, tudo que na Terra existe..., os países estrangeiros..., a terra do Egito... Tu crias o Nilo no mundo inferior e os fazes sair à superfície da terra, onde queres, para alimentar os homens do Egito... e também puseste o Nilo no Céu, para que desça aos povos afastados, para regar seus campos, suas regiões, de que eles vivam... (Texto do 2º milênio a. C., in A. Moret, O Nilo e a Civilização Egípcia , citado por: FREITAS, G. de. 900 Textos e documentos de História. Antiguidade e Idade Média. Lisboa, Plátano, 1975, v. l, p. 78.
O MITO DE OSÍRIS: O deus Osíris era um grande rei, que sucedera a seu pai Geb (a Terra); de parceria com sua mulher; a deusa-mágica Ísis, ensinou aos homens a agricultura, inventou o pão, o vinho e a cerveja (elementos essenciais da alimentação do povo egípcio), revelou-lhes a metalurgia. Mas seu irmão Tifão ou Sete mata-o: afoga-o no Nilo, corta-o em pedaços, que espalha pelos canaviais. Então Ísis procura, recolhe e reúne os membros esparsos refaz o corpo (como múmia) e, usando da sua ciência mágica, ressucita Osíris, que viverá agora eternamente, mas no Céu. Vingando-o, seu filho, o deus Hórus, combate e vence Sete e sucede ao pai no trono do Egito. Dele recebem em herança este reino os reis humanos -os faraós-que assim têm caráter divino. A SIGNIFICAÇÃO DO MITO OSIRIANO: Este mito, não só procura explicar a ascendência divina dos faraós, como, sobretudo, exprime no drama de Osíris, ao mesmo tempo deus da vegetação e divinização do Nilo, o mistério do nascimento das plantas e seus frutos, e depois o da sua morte, quando, na mesma ocasião em que a cheia do Nilo acaba, o vento ardente do deserto (Sete ou Tifão) sopra, e as espigas de trigo ceifadas são batidas, para se separar o grão, de que uma parte, pela sementeira, volta à terra sua sepultura, quando o rio tiver outra vez fecundado o solo (tiver também ressuscitado), para renascer em novas espigas... (FREITAS, G. de., op. cit. V. 1, p. 47/48)
A lenda de Osíris, que conta a morte e ressurreição do deus, está intimamente ligada à vida política e sócio-econômica do Egito. Através dela, podemos obter dados sobre a unificação do Sul e do Norte, o plantio do trigo, a importância do Nilo e a origem do poder divino do Faraó.
O Faraó era a encarnação do deus e o sumo sacerdote, sendo o seu poder praticamente absoluto, porque exercido em nome do deus. Daí o Egito ser considerado uma monarquia despótica de origem divina. O templo egípcio, construído em pedra, não era um lugar à disposição do povo. Era a habitação privativa da divindade, ao qual somente o Faraó e os sacerdotes tinham acesso.
O culto diário consistia em preces, gestos consagrados, hinos e defumações de incenso, realizados pelos sacerdotes, como delegados do Faraó, em teoria o único habilitado a estabelecer a ligação entre os homens e os deuses. Pela manhã e à tarde, a porta do santuário localizada no interior do templo era aberta e a estátua do deus era reverenciada, lavada e vestida, recebendo oferendas de alimentos e bebidas. Em todos os santuários eram feitos os mesmos atos. Ao povo somente era permitido fazer suas oferendas e adorações na parte externa dos templos.
As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios, principalmente as pirâmides, túmulos dos faraós, os mais ricos da história humana em oferendas enterradas com os defuntos e em pinturas retratando a vida quotidiana. A crença na ressurreição do corpo conservado gerou a prática da mumificação por processos muito desenvolvidos e até hoje não inteiramente conhecidos.
O EMBALSAMENTO DE RICO: "Primeiro, com a ajuda de um ferro curvo, extraem o cérebro pelas narinas... Em seguida, com uma pedra cortante, fazem uma incisão no flanco e retiram os intestinos, que limpam e purificam com vinho de palmeira e purificam uma segunda vez com arômatas moídas. Depois, enchem o ventre de mirra pura triturada, de canela e de todos os outros arômatas, com exceção do incenso e cosem. Feito isso, salgam o corpo cobrindo-o de natrão (carbonato de sódio natural) durante 70 dias... Lavam o corpo, enrolam-o todo em faixas de linho fino, com uma camada de borracha (como cola)... Metem o morto num estojo de madeira em forma de figura humana... que guardam no interior de uma câmara funerária...
O EMBALSAMENTO DE POBRE: Desinfetam os intestinos... metem-no no sal durante 70 dias; entregam o corpo. (Heródoto, in: FREITAS, G. de, 900 Textos e Documentos de História. Lisboa, Plátano, 1975, v. 1, p. 49.
Enormes recursos e trabalhadores foram recrutados no Egito, na construção de templos e pirâmides paraperpetuar os Faraós, suas realizações e feitos, mesmo que isso significasse o trabalho compulsório de grande parte da população, não beneficiária desses momentos. A cada ano, os sacerdotes realizavam cerimônias para garantir a chegada da inundação, e o rei agradecia a colheita solenemente às divindades adequadas. Os deuses eram consultados para solucionar problemas políticos e burocráticos, bem como os de caráter familiar. A religião penetrava, pois, em todos os aspectos da vida pública e privada dos antigos egípcios, tornando-se a base do poder do Faraó ( Senhor da Casa Grande) e marcando profundamente a sociedade, a política, a economia, a medicina, as letras e as artes.
ESCRITA, LITERATURA, CIÊNCIAS E ARQUITETURA
A escrita hieroglífica, inventada em fins do período pré-dinástico e aperfeiçoada sob as primeiras dinastias, foi utilizada até o fim da Antiguidade. Consistia numa combinação de ideogramas (sinais que representam idéias) e fonogramas (sinais que representam sons). Deu origem a duas outras escritas mais simplificadas e mais próprias a serem grafadas no papiro: o hierático e o demótico. A escrita hierogrífica foi decifrada pelo francês Champollion, em 1822.
Os textos egípcios que se conservaram são predominantes religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos (coletânea de ensinamentos de como proceder na vida de além-túmulo e durante o julgamento de Osíris), hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos, além de romances, poesias líricas, sátiras, tratados técnicos, etc.
A ciência egípcia consistia em conhecimentos práticos diversos como receitas de medicamentos, fórmulas geométricas e trigonométricas para a agrimensura ou para a construção. A numeração era decimal, mas não usavam o zero; conheciam a soma e a subtração. O calendário, ao mesmo tempo solar e lunar, estabeleceu-se cedo, através da observação da coincidência eventual do aparecimento conjunto do sol e da estrela Sírius. Os médicos egípcios eram famosos na Antiguidade e a prática da mumificação levou a uma acumulação de conhecimentos sobre anatomia. Não obstante, a medicina, a astronomia e os outros ramos da ciência estavam profundamente penetrados de magia e de religião.
A arte egípcia preocupou-se em expressar a riqueza e o poder dos governantes, destacando-se a arquitetura monumental, a decoração de templos e túmulos com relevos, pinturas e estátuas, a confecção de vasos de pedra e a ourivesaria.
A arquitetura era sólida, de proporções colossais, tentando expressar toda a força e poder da monarquia. Os exemplos mais conhecidos são as pirâmides (características do Antigo Império), destacando-se as dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos; a Esfíngie, gigantesca estátua com corpo de leão e cabeça humana, cuja construção é atribuída a Quéfren; os templos de Luxor e de Carnac, erguidos no Novo Império. Além das pirâmides, a arquitetura funerária criou outros tipos de túmulos: as mastabas, de forma trapezoidal e os hipogeus, tumbas subterrâneas cavadas nas montanhas.
Autores: Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon.História: Pré-História, Antiguidade e Feudalismo, 1989


Gabriel

sexta-feira, 13 de março de 2009


Mitologia egípcia ou, em sentido lato, religião egípcia refere-se às divindades, mitos e práticas cultuais dos habitantes do Antigo Egipto. Não existiu propriamente uma "religião" egípcia, pois as crenças - frequentemente diferentes de região para região - não era a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo do Egipto, terra que tinham governado no passado distante.


As várias divindades egípcias existentes caracterizavam-se pela sua capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo e de sobreviver a ataques. A maioria delas era benevolente, com excepção de algumas divindades com personalidade mais ambivalente como as deusas Sekhet e Mut.
Um deus poderia também assumir várias formas e possuir outros nomes. O exemplo mais claro é o da divindade solar que era conhecido como Kepra, representado como um escaravelho, quando era o sol da manhã. Recebia o nome de Atum enquanto sol do entardecer, sendo visto como velho e curvado, um deus esperado pelos mortos, que se aquecem com os seus raios. Durante o dia, Rá anda pela Terra como um falcão. Estes três aspectos e outros setenta e dois são invocados numa ladainha sempre na entrada dos túmulos reais.
Estas divindades eram agrupadas de várias maneiras, como em grupos de nove deuses (as Enéades), de oito deuses (as Ogdóades), ou de três deuses (tríades). A principal Enéade era a da cidade de Heliópolis presidida pela divindade solar Rá.


David

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Tu és o Nilo, os deuses e os homens vivem da tua emanação." Faraó Ramsés, "Hino à Osíris".O Nilo, o "Rio dos Deuses", que corre ao longo de 6.400 Km - do coração da África até o Mediterrâneo - marcou todos os aspectos da vida e das crenças de diversos povos. Ainda podemos encontrar, até hoje, vestígios de antigos modos de vida nos planaltos da Etiópia, nos extensos pântanos do Sudão e nos campos do Egito. Foi às suas margens que surgiu a primeira das grandes civilizações do mundo.No Egito, 6.400 anos atrás...O Egito foi o berço da civilização ocidental. Foi ali que o homem fez as suas primeiras colheitas e que chegou mais próximo do antigo sonho humano de construir um paraíso na Terra, transformando as margens do Nilo numa espécie de “jardim do Éden”. Na atualidade, o talento dos antigos egípcios é cada vez mais reconhecido, e suas idéias ainda alimentam a nossa imaginação. Foram eles que inventaram a primeira língua escrita, gravando-a na pedra, e celebraram suas crenças em monumentos que permanecem através dos milênios. Criaram uma religião em que o homem e a natureza deveriam conviver em harmonia para sempre.As crenças religiosas dos antigos egípcios tiveram uma influência importantíssima no desenvolvimento da sua cultura, embora nunca tenha existido entre eles uma verdadeira religião, no sentido de um sistema teológico unificado. A fé egípcia baseava-se no acúmulo não muito bem organizado de diversos mitos antigos, no culto à natureza e a inumeráveis divindades. No mais influente e famoso destes mitos desenvolve-se uma hierarquia divina e se explica a criação do mundo.De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio não existia nem céu, nem terra, e nada era senão o Oceano Primal, a água primeva sem limites, amortalhada, contudo em densa escuridão. Nessas condições, permaneceu por tempo incomensurável, muito embora contivesse dentro de si os germes de todas as coisas que, mais tarde, vieram a existir neste mundo, e o próprio mundo... Por fim, NU, o espirito da água primeva, o pai dos deuses, sentiu o desejo da atividade criadora e, tendo pronunciado a palavra, o mundo existiu - passou a existir imediatamente, na forma já traçada na mente do espírito. O ato da criação, seguinte à palavra, foi a formação de um germe ou ovo (segundo algumas versões de uma flor), do qual saltou Ra, o deus sol, dentro de cuja forma brilhante estava incluído o poder absoluto do espirito divino, o criador do mundo. Ra, o deus sol, adorado desde os tempos pré históricos, em 3.800 aC foi considerado rei dos os deuses (na IV Dinastia suas oferendas são apresentadas por Osíris que, mais tarde, suplanta o próprio Rá).Rá deu à luz quatro filhos: os deuses “Shu” e “Geb” e as deusas “Tefnet” e “Nut”. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas. Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, “Seth” e “Osíris”, e duas filhas, “Ísis” e “Neftis”. Osíris sucedeu Rá como rei da terra, ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Mas Seth odiava seu irmão Osíris, e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus “Anúbis”, que desta forma tornou-se o deus do embalsamamento. Porém, os feitiços poderosos de Ísis ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos. “Hórus”, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Seth, em uma grande batalha, tornando-se rei da terra.Desse mito da criação surgiu a concepção da “Eneada”, grupo de nove divindades, e da tríade formada por um pai, uma mãe e um filho divinos - cada templo local tinha sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá, com seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no mundo egípcio. Já a origem das deidades locais é obscura: algumas vieram de outras religiões e outras de deuses animais da África pré-histórica - no cerne da antiga religião egípcia estava a crença de que homem e natureza deveriam conviver em harmonia, sendo de responsabilidade do homem zelar para que assim fosse.A admiração dos antigos egípcios pelos elementos da natureza era tão grande que transformaram-nos em deuses. No antigo Egito o clima era muito mais úmido do que hoje, e as primeiras dinastias chegaram a conviver com elefantes, rinocerontes e girafas. Longe no Nilo, na Savana, viviam muitos grandes felinos e manadas de herbívoros, além de diversas outras espécies, uma harmonia de fauna e flora exuberantes. Assim, a fêmea do hipopótamo, voluptuosa e maternal, representava “Tauereth”, a deusa dos nascimentos. Seth, o deus do caos, era representado como um hipopótamo macho, já que à noite estes costumavam invadir os campos de colheita, provocando destruição e desordem. Graças à sua capacidade de enxergar além do horizonte, a girafa representava a previsão, e o búfalo era símbolo de poder e agressividade. O leão era rei, e o rei era visto e representado como um leão. Tábuas datadas de 3500 aC mostram o soberano egípicio como um feroz leão devorando seus inimigos. Mas não havia criatura mais bem adaptada para sobreviver no pântano do que o Íbis sagrado, que introduz no lodo o seu bico curvo, conseguindo assim capturar até a mais escorregadia das presas. Assim, “Thot”, o deus da sabedoria, era representado com corpo humano e cabeça de Íbis.Todos estes elementos foram gradativamente se fundindo em uma complicada estrutura religiosa, ainda que relativamente poucas dessas divindades tivessem chegado a ser realmente importantes em todo o Egito. As divindades principais incluíam os deuses “Amon”, Thot, “Ptah”, “Khnemu” e “Hapi” e as deusas “Hator”, “Nut”, “Neit” e “Seket”. Sua importância aumentou com o crescimento político das localidades onde eram veneradas. Exemplo: a eneada de Mênfis era encabeçada por uma tríade composta pelo pai Ptah, a mãe Seket e o filho “Imhotep”.De qualquer modo, durante as dinastias menfitas, Ptah chegou a ser um dos maiores deuses do Egito. De forma semelhante, quando as dinastias tebanas governaram o Egito, a eneada de Tebas adquiriu grande importância, encabeçada pelo pai “Amon”, a mãe “Mut” e o filho “Khonsu”. Conforme a religião foi se desenvolvendo, muitos seres humanos glorificados após a morte acabaram sendo confundidos com deuses. Assim Imhotep, que originariamente fora o primeiro ministro do governador da III Dinastia Zoser, chegou a ser conceituado como um semideus. Durante a V Dinastia, os faraós começaram a atribuir a si mesmos ascendência divina, e desde essa época foram venerados como filhos de Rá. Deuses menores, os demônios ocuparam também um lugar hierárquico entre as divindades egípcias.Relação de alguns dos principais deuses e seus atributos (em ordem alfabética):Anúbis - dos mortos e do submundo. Bastet - fertilidade, protetora das mulheres grávidas. Chu - ar seco, luz do sol. Geb - deus da terra. Hathor - amor, alegria, dança, vinho, festas. Hórus - deus Céu. Ísis - amor, da mágica. Khnum - criatividade, controlador das águas do rio Nilo. Maet --- justiça e equilíbrio. Osíris* --- ressurreição, vida pós morte, fertilidade, vegetação. Ptah --- obras feitas em pedra. Rá --- deus Sol, o maior dos deuses, ao lado de Osíris. Seth --- tempestade, mal, desordem e violência. Sobek --- paciência, astúcia. Tefnut --- nuvens e umidade. Toth --- sabedoria, conhecimento, representante da Lua.* Osíris era representado como um ser de pele verde (fertilidade da terra), sempre segurando um cajado de pastor numa mão e um mangal para cereais na outra - a mais perfeita imagem que se poderia conceber para o "senhor da vida".Alguns conceitos básicos da antiga religião egípciaDesde o momento em que o homem superou o animal e despontou como ser reinante sobre a terra, começou a enterrar os seus mortos e a lhes oferecer meios de sobreviver na vida eterna. Em suas tumbas, numa prática de oferendas mortuárias que perdura até hoje, faz ofertas de alimentos, utensílios, flores e outras dádivas. No Egito, desde 4.400 aC, no reinado de "Mena" - o 1º rei histórico daquele país (I Dinastia) - o egípcio esperava comer, beber e levar uma vida regalada na região onde supunha estar o "Céu"; e ali partilhar, para sempre, em companhia dos deuses, todos os prazeres celestiais.A religião egípcia, como todas as outras religiões antigas, com execeção do Budismo, apresenta os deuses com vícios e virtudes, assim como os homens; porém, muito mais sábios e detentores da magia que os torna poderosos.Mumificação - Já na IV dinastia, (3.800 a.C.), todos os textos religiosos supõem que se possa imunizar o corpo por inteiro, mumificando-o. O procedimento era o seguinte:Primeiramente o cérebro do cadáver era extraído, pelas narinas. Depois, as "entranhas" eram retiradas pelo ânus ou por uma incisão na barriga; por fim o coração era também retirado e substituído por um escaravelho de pedra. Seguia-se uma lavagem e salgação onde o cadáver ficava por um mês. Depois era novamente secado, por mais um mês ou dois. Para evitar a deformação, o corpo era recheado de argila, areia, rolos de pano de linho, com muita atenção às formas anatômicas, como os seios, e embebidos em drogas aromáticas, ungüentos e betume. Geralmente o amortalhamento era feito em vários ataúdes de madeira, uns dentro dos outros e, finalmente, o corpo mumificado era colocado em um sarcófago de pedra.A religião egípcia elaborou um conjunto de conceitos complexo e sofisticadíssimo, para entender e explicar a natureza do homem. Segundo esta, a natureza humana é composta de 8 partes:1 - O corpo físico era "CAT".2 - Ligado a esse CAT estava o seu duplo, também físico - o "CA", cuja existência é independente do CAT, sendo livre para viajar para diversos lugares à sua vontade. Oferendas eram deixadas nos túmulos para alimentar o CA, que come, bebe e aprecia o cheiro do incenso.3. À alma imaterial chamavam "BA" - algo sublime, nobre, poderoso. O BA morava no CA e tinha forma e substância. Nos antigos papiros, aparece como um falcão com cabeça humana.4. "AB", o coração, que era a sede da vida humana.5. A inteligência espiritual, ou o espírito do homem, era "CÜ", a parte brilhante e etérea do corpo, que vivia com os deuses, no Céu.6. Outra parte do homem que também ia para o céu era o "SEQUEM", sua força vital.7. "CAIBIT", ou sombra, era uma parte considerada sempre próxima à alma (BA).8. Por fim, temos "REN" - o nome do indivíduo. Trata-se de uma de suas partes mais importantes, pois se o nome fosse eliminado, poderia se destruir o(a) próprio(a) homem(mulher) como um todo.Resumindo, o homem se constituía de corpo, duplo, alma, coração, inteligência espiritual, poder vital, sombra e nome. Mas essas 8 partes em algumas citações foram reduzidas a 3: corpo, alma e espírito. Na V dinastia (3.400 a.C.) afirmava-se de modo preciso: "A alma para o Céu e o corpo para a terra".
David


Alfabeto egipcio

Gabriel


quiromancia ou leitura das mãos
Quiromancia é a prática de predizer o destino a partir das linhas, marcas e padrões das mãos, particularmente das palmas.
Era praticada em várias culturas antigas, como Índia, China e Egito. O primeiro livro sobre o assunto surgiu no século 15. O termo 'quiromancia' vem de um adivinho do século dezenove que atendia pelo nome de Cheiro. (a palavra mão em grego é cheir.)
A leitura das mãos foi usada na idade média para detectar bruxas. Acreditava-se que determinados pontos da mão indicavam se a pessoa tinha feito um pacto com o diabo. A quiromancia foi condenada pela Igreja Católica, mas no século 17 era ensinada em várias universidades alemãs. A Grã-Bretanha a declarou ilegal no século 18. Na América do século 20 é popular o bastante para merecer um livro próprio na série Complete Idiot's Guide.
Segundo Ann Fiery (The Book of Divination [O Livro da Adivinhação]), se você for destro, sua mão esquerda indica traços de personalidade herdados e a direita indica sua individualidade e cumprimento dos potenciais. O quiromante afirma ser capaz de ler as diversas linhas da sua mão. A essas linhas são dados nomes como linha da vida, linha da cabeça, linha do coração, linha de Saturno. A linha da vida supostamente indica vitalidade física. A linha da cabeça, capacidade intelectual. A linha do coração, natureza emocional, etc.
Parte da quiromancia imita a metoposcopia ou a fisiognomia. Alega ser possível dizer como uma pessoa é através da forma das mãos. As pessoas criativas têm mãos em forma de ventilador e as almas sensíveis têm dedos estreitos e pontiagudos e palmas carnudas, etc. Existe tanto respaldo científico para essas idéias quanto há para a personologia ou para a frenologia. Todas essas formas de adivinhação parecem ser baseadas em magia simpática e intuição, ou seja, pré-julgamento.
Robin Giles e Lisa Lenard, autores do The Complete Idiot's Guide to Palmistry [Guia da Quiromancia para o Idiota Completo], afirmam que "a quiromancia funciona porque suas mãos mudam junto com você". Alegam ter alguns depoimentos para apoiá-los, mas não conseguem apresentar nenhum respaldo científico para a afirmação. Também acham que a clonagem torna muito mais fácil para que entendamos como a quiromancia funciona. "A quiromancia é possível porque você está representado na sua mão. Não existem duas mãos semelhantes porque você -- e suas células -- são singulares." Verdade. E é tão provável que eles descubram se vou me casar com uma mulher rica ou encontrar o emprego dos meus sonhos examinando minhas células quanto examinando as palmas das minhas mãos.
Embora sempre se possa dizer muito sobre uma pessoa ao se examinar suas mãos, não há nenhum respaldo científico para a afirmação de que se possa descobrir coisas como se você herdará dinheiro ou encontrar seu verdadeiro amor a partir das linhas ou sinais nas suas mãos. Suspeito que muitos dos que pensam ter encontrado a comprovação para a quiromancia estejam cometendo a predisposição para a confirmação, e tenham encontrado essa comprovação sob a forma de depoimentos.
O desejo de saber o futuro parece ter originado a quiromancia e outras formas de adivinhar conhecimentos secretos através de revelações paranormais. Além disso, os adivinhos nos aliviam da obrigação de coletar indícios e raciocinar a respeito desses indícios. Nossos quiromantes, grafólogos, etc., também nos aliviam da difícil tarefa de avaliar as conseqüências de se assumir diversas atitudes. Absolvem-nos da responsabilidade pela tomada de decisões. São grandes confortos, portanto, para os inseguros, os preguiçosos e os incompetentes. Claro que podem também ser data points, ou seja, fornecem um dado a mais que a pessoa pode usar para tomar uma decisão. Alguns escritores chegam a usar adivinhações como o Tarô ou o I Ching para lhes dar idéias para personagens ou enredos.
Gabriel


Para organizar a vida civil e religiosa no Antigo Egito, os Sacerdotes criaram vários tipos de eventos sagrados chamados festivais, que eram celebrados segundo três calendários: O Calendário Lunar, de 30 dias, dividido em três semanas de 10 dias cada, baseado nas fases da Lua; O Calendário Civil, de 365 dias, baseado no Sol e nas estações do ano que eram apenas três : Akhet ( Inundação ), Pert ( Semeadura ) e Shemu ( Colheita ); O Calendário Sótico, baseado no ciclo da estrela Sótis ( Sírius da constelação do Cão Maior ).Como o ano lunar de 12 meses de 30 dias resultava em um ano de 360 dias, ajustaram-no ao ano solar com mais cinco dias, chamados "Epagômenos", em que se homenageavam os grandes Néteres: Osiris, Hórus, Seth, Isis e Néftis. Os principais festivais eram os seguintes: • Festivais dedicados a um Neter ou Nétrit ( deus ou deusa ) em particular, homenageando-os por meio da recordação pública de suas vidas míticas. • Festivais para homenagear os mortos, gerando um sentido de comunidade tribal e valorizando a história ancestral, marcando os ciclos de tempo • Festivais que iniciavam os ciclos do trabalho agrário de preparar o solo, semear e colher. Inicialmente, os Sábios Atlantes, tiveram muito cuidado com a transmissão dos ensinamentos científicos e decidiram que o conhecimento da energia "vril" não seria transmitido, a fim de evitar que esta, fora de controle pudesse vir a reeditar a catástrofe anterior ( A destruição de Atlântida teria sido provocada pela má utilização dessa energia, irradiada para o espaço através da "Grande Pirâmide de Cristal", o que alterou a órbita do "Astro Rublo" atraindo-o em direção à Terra ).Para o exercício desse controle criaram as "Escolas Iniciáticas", onde os ensinamentos eram transmitidos somente àquelas pessoas que primeiramente passassem por rigorosas provas de coragem e fidelidade. Os ensinamentos permaneciam velados para a grande massa popular, ainda não suficientemente preparada para aprendê-los. Todavia toda a população egípcia sabia destes mistérios que se relacionavam com a vida depois da morte e de como preparar-se para enfrentá-los corajosamente. Como os nativos não dominavam a escrita, as instruções eram ministradas através do Medu-Netru ( símbolos ), que os arqueólogos atuais denominam "hieróglifos". Os caracteres gráficos falavam diretamente ao subconsciente e despertavam a inteligência dormente no íntimo daqueles seres, colocando-os em contato direto com o Grande Arquiteto dos mundos. Esses hieróglifos foram gravados por Toth em 78 lâminas de ouro, subdivididas em 22 arcanos ( segredos ) maiores e 56 arcanos menores, que encerravam todo o conhecimento oculto, compondo uma espécie de livro que recebeu o nome de Tarot, que significa "Rota" ou "Caminhos". Escreveu também o Livro "M-Dwat" ou "O Livro dos Mortos", também conhecido como "O Livro para sair à Luz", contendo todas as doutrinas espirituais da antiga religião egípcia. O aprendizado incluía as técnicas de arquitetura, segundo os mais exatos cálculos matemáticos e astronômicos, que foram utilizados na construção da grande pirâmide chamada "Khut", a "Luz", que era uma réplica em pedra, daquela que existiu no centro de Atlântida e que era fundida em uma única peça de cristal. Os neófitos estavam simbolicamente empenhados na construção da pirâmide, assim como na edificação moral, social e religiosa daquela civilização.Os mestres formados nos mistérios recebiam o título de Hierofantes e seu expoente máximo chamava-se Faraó, líder religioso e político. Osiris foi o primeiro Faraó do Egito, Hórus o segundo.Apesar da beleza física dos nativos, Toth não permitiu que qualquer dos néteres tivessem qualquer união com os membros daquela população, evitando assim que houvesse uma alteração genética que resultaria em um salto evolutivo daquele povo. Essa determinação resultou no costume dos casamentos consanguíneos da família real.Com essa estrutura sócio-político-religiosa, onde estado e religião estavam intimamente ligados, nasce a cultura do antigo Egito.A antiga civilização Egípcia durou até o Sec. 1.º a. C. Nesse longo período, desenvolveu-se uma religião complexa, com muitos deuses diferentes que evoluíram como versões deificadas de aspectos locais. Em conseqüência, determinados deuses foram associados a lugares específicos. Em Menfis, Ptah era tido como o criador, em Heliópolis Amon-Rá era o supremo deus. Com o tempo, algumas divindades adquiriram importância nacional. Por exemplo, os regentes do mundo subterrâneo, Isis e Osiris, e o deus do sol Rá, assumiram muitas formas e influenciaram todos os aspectos da vida egípcia
Gabriel
O JUÍZO FINAL
A vida eterna começa no túmulo, com uma viagem pelo mundo subterrâneo. Primeiro o 'Ka" ( Força Vital ), deixa o corpo, acompanhado após o enterro pelo "Ba" ( Alma ). Hórus conduz o "Ba" através dos portais de fogo e da serpente até o salão do juízo. Anúbis, pesa o coração do morto, sede de sua consciência, junto com a pena de Maat, ou da verdade. Osiris observa na condição de juiz. Se o coração for pesado, Amut, um monstro parte leão, parte crocodilo e parte hipopótamo o devora, condenando o morto a um coma perpétuo.Se o coração equilibra com a pena da verdade, o "Ba" e o "Ka" reúnem-se para formar um "Akh", ou espírito, que emerge do mundo dominado pelo Osíris coroado. O "Akh" pode então retornar ao mundo dos vivos e desfrutar de seus prazeres, incluindo o amor de sua esposa e a atenção de seus servos. A vida agora lhe pertence por toda a eternidade.


Gabriel
A mumificação e os rituais funerários obedeciam regras rígidas, estabelecidas pelo próprio Anúbis e duravam 70 dias. Após a retirada dos órgãos internos, os embalsamadores colocavam as vísceras em vasos sagrados chamados "Vasos Canopos", cada um sob a proteção de um dos quatro filhos de Hórus. Inseti, com cabeça de homem protege o fígado; Hapi com cabeça de babuíno, os pulmões; Duamutef com cabeça de cão o estômago; Kebehsenuf, com cabeça de falcão, os intestinos.O coração era lacrado no próprio corpo. Os Egípcios o consideravam como o órgão tanto da inteligência como do sentimento e portanto, seria indispensável na hora do juízo. Somente à alguém com um coração tão leve quanto a pluma da verdade, o deus Osiris permitia a entrada para a vida eterna. Os Egípcios não davam nenhuma importância ao cérebro. Após extraí-lo através das narinas do morto, os embalsamadores o jogavam fora.Depois de secar o cadáver com sal de natrão, eles o lavavam e besuntavam com resinas conservadoras e aromáticas.Finalmente, envolviam o corpo em centenas de metros de tiras de linho, entre essas tiras eram colocados diversos amuletos que protegiam o morto contra inimigos e demônios do mundo subterrâneo. Antes de a múmia ser colocada no túmulo, um sacerdote funerário celebrava a cerimônia da abertura dos olhos e da boca, a fim de devolver á vida todos os sentidos do morto.



Gabriel
OS DEUSES EGÍPCIOS

NUN, é a divindade mais primitiva do panteão de Heliópolis. Personificava o abismo líquido ou as águas primordiais, a partir do qual todo o mundo foi criado; é a divindade mais velha e sábia de todas. Era representado como um homem barbado, com uma pena na cabeça e portando um cajado. É uma divindade bissexual e à vezes masculino. Nun gerou Atun ( o sol nascente ) e Re ou Rá ( o sol do meio dia ).

ATUN, Uma das manifestações do deus sol, especialmente ao entardecer, original de Heliópolis, era representado por um homem barbado usando a coroa dupla do faraó e menos freqüentemente, como uma serpente usando as duas coroas do Alto e do Baixo Egito. Era considerado o rei de todos os deuses, aquele que criou o universo. É o mesmo deus Rê ou Rá que gerou Shu o ar e Tefnut a umidade. Atun e Rê ou Rá, foram mais tarde unidos ao deus carneiro de Tebas Amon e ficou conhecido pelo nome de Amon-Rê ou Amon-Rá.

AMON, o deus-carneiro de Tebas, rei dos deuses e patrono dos faraós, ele é o senhor dos templos de Luxor e Karnac. Tem por esposa Mut e por filho Khonsu. Passou a ser cultuado por volta de 2000 a.C. e traz algumas funções de Rá, sob o nome de Amon-Rê ou Amon-Rá, o criador dos deuses e da ordem divina. Ele é o sol que dá vida ao país. À época de Ramsés III. Amon tornou-se um título monárquico, mesmo título que Ptah e Rá. Freqüentemente representado como um homem vestido com a túnica real e usando na cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta, igualmente, sob a forma de um carneiro e, mais raramente, de um ganso.

RÁ ( ou Rê), o criador dos deuses e da ordem divina, recebeu de Nun seu pai (mãe) o domínio sobre a Terra, mas o mundo não estava completamente acabado. Rá se esforçou tanto para terminar o trabalho da criação que chorou. De suas lágrimas, que banharam o solo, surgiram os seres humanos, masculinos e femininos. Eles foram criados como os deuses e os animais e Rá tratou de fazê-los felizes, tudo o que crescia sobre os campos lhes foi dado para que se alimentassem, não deixava faltar o vento fresco, nem o calor do sol, as enchentes ou as vazantes do Nilo. Como era considerado o criador dos homens, os egípcios denominavam-se o "rebanho de Rá". O deus nacional do Egito, o maior de todos os deuses, criador do universo e fonte de toda a vida, era o Sol, objeto de adoração em qualquer lugar. A sede de seu culto ficava em Heliópolis, o mais antigo e próspero centro comercial do Baixo Egito. Na Quinta Dinastia Rá, o Deus-Sol de Heliópolis, tornou-se uma divindade do estado. Foi retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações e era também representado por um falcão, por um homem com cabeça de falcão ou ainda, mais raramente, por um homem. Quando representado por uma cabeça de falcão estabelecia-se uma identidade com Hórus, outro deus solar adorado em várias partes do país desde tempos remotos.

SHU, é o deus do ar e da luz, personificação da atmosfera diurna que sustenta o céu. Tem a tarefa de trazer Rá, o deus Sol, seu pai, e o faraó à vida no começo de cada dia. É representado por um homem barbado usando na cabeça uma pena simples ou quatro longas plumas. É a essência da condição seca, do gênero masculino, calor, luz e perfeição. Aparece frequentemente nas pinturas, como um homem segurando Nut, a deusa do céu, para separá-la de Geb, o deus da Terra. Com Tefnut, sua esposa, formava o primeiro par de divindades da enéade de Heliópolis. Era associado ao Leão.

TEFNUT, considerada a deusa da umidade vivificante, que espera o sol libertar-se do horizonte leste para recebê-lo e não há seca por onde Tefnut passa. A deusa é irmã e mulher de Shu. É o símbolo das dádivas e da generosidade. Ela é retratada como uma mulher com a cabeça de uma leoa, indicando poder. Shu afasta a fome dos mortos, enquanto Tefnut afasta a sede. Shu e Tefnut são os pais de Geb e Nut.

NUT, deusa do céu que acolhe os mortos no seu império, é muitas vezes representada sob a forma de uma vaca. Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra. Nut e Geb são pais de Osiris, Isis, Seth, Néftis e Hathor. Osiris e Isis já se amavam no ventre da mãe e a maldade de Seth, logo ficou evidente, quando ao nascer, este rasgou o ventre da mãe.

GEB, o deus da Terra é irmão e marido de Nut. É o suporte físico do mundo material, sempre deitado sob a curva do corpo de Nut. Ele é o responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas. Ele estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade. Nas pinturas é sempre representado com um ganso sobre a cabeça.OSÍRIS, irmão e marido de Isis, pai de Hórus. A origem de Osíris consta nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a acontecer e não representa mais os elementos materiais (espaço, luz, terra, céu...). Na lenda, que evoca o retorno da vida com a cheia do Nilo, após o período da seca, Osíris é morto, destruído e ressuscitado, representando a morte e renascimento da vegetação e de todos os seres. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento, rei e juiz supremo do mundo dos mortos. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro Faraó e que ensinou aos homens as artes da agricultura e da civilização.

ÍSIS, é a mais popular de todas as deusas egípcias, considerada a deusa da família, o modelo de esposa e mãe, invencível e protetora. Usa os poderes da magia para ajudar os necessitados. Ela criou o rio Nilo com as suas lágrimas. Conta a lenda que, após a morte de Osíris, ela transforma-se em um milhafre para chorá-lo, reúne os pedaços de seus despojos, se empenha em reanima-lo e dele concebe um filho, Horus. Ela defende com unhas e dentes seu rebento contra as agressões de seu tio Seth. Perfeita esposa e mãe ela é um dos pilares da coesão sócio-religiosa egípcia. Usa na cabeça um assento com espaldar (trono) que é o hieróglifo de seu nome.

SETH, personifica a ambição e o mal. Considerado o deus da guerra e Senhor do Alto Egito durante o domínio dos Hicsos, tinha seu centro de culto na cidade de Ombos. Embora inicialmente fosse um deus benéfico, com o passar do tempo tornou-se a personificação do mal. Era representado por um homem com a cabeça de um tipo incerto de animal, parecido com um cachorro de focinho e orelhas compridas e cauda ereta, ou ainda como Tífon, um animal imaginário formado por partes de diferentes seres, com a cabeça de um bode, orelhas grandes, como um burro. Associavam-no ao deserto aos trovões e às tempestades. Identificado com o lado negativo da lenda, a luta entre Osiris e Seth era a luta da terra fértil contra a areia do deserto.

NÉFTIS, é a esposa de Seth, mas quando este trai e assassina Osíris, por quem era apaixonada, ela permanece solidária à Isis, ajudando-a a reunir os membros espalhados do defunto e também tomando a forma de um milhafre para velá-lo e chorá-lo. Como Isis, ela protege os mortos, sarcófagos e um dos vasos canopos. O hieróglifo de seu nome é um cesto colocado sobre uma coluna, que usa na cabeça,. É ainda na campanha de Isis que ela acolhe o sol nascente e o defende contra a terrível serpente Apófis.

HÁTOR, personificação das forças benéficas do céu, depois de Isis, é a mais venerada das deusas. Distribuidora do amor e da alegria, deusa do céu e protetora das mulheres, nutriz do deus Hórus e do faraó, patrona do amor, da alegria, da dança e da música. Também é a protetora da necrópole de Tebas, que sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. Seu centro de culto era a cidade de Dendera, mas havia templos dessa divindade por toda parte. É representada na forma de uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, uma mulher com cabeça de vaca ou por uma vaca que usava um disco solar e duas plumas entre os chifres. As vezes é retratada por um rosto de mulher visto de frente e provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas com as extremidades enroladas.

HÓRUS, filho de Isis e Osíris, Horus teve uma infância difícil, sua mãe teve de escondê-lo de seu tio Seth que cobiçava o trono de seu pai Osiris. Após ter triunfado sobre Seth e as forças da desordem, ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra. Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão, sempre usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o sol e a lua. Com o nome de "Horus do horizonte", assume uma das formas do sol, a que clareia a terra durante o dia. Mantenedor do universo e de todo tipo de vida, Horus era adorado em todo lugar. Ele é considerado o mais importante de todos os deuses, aquele que guia as almas até o Dwat ( Reino dos Mortos ).

ANÚBIS, filho de Seth e Néftis, é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamares. É na realidade o primeiro entre eles, a quem se deve o protótipo das múmias, a de Osíris. Todo egípcio esperava beneficiar-se em sua morte do mesmo tratamento e do mesmo renascimento desta primeira múmia. Anúbis também introduz os mortos no além e protege seus túmulos com a forma de um cão, vigilante, deitado em uma capela ou caixão. Anúbis era também associado ao chacal, animal que freqüentava as necrópoles e que tem por hábito desenterrar ossos, paradoxalmente representava para os egípcios a divindade considerada a guarda fiel dos túmulos. No reino dos mortos, era associado ao palácio de Osiris, na forma de um homem com cabeça de cão ou chacal, era o juiz que, após uma série de provas por que passava o defunto, dizia se este era justo e merecia ser bem recebido no além túmulo ou se, ao contrário, seria devorado por um terrível monstro, Amut. Anúbis tinha seu centro de culto em Cinópolis.

TOTH, divindade à qual era atribuída a revelação ao homem de quase todas as disciplinas intelectuais, a escrita, a aritmética, as ciências em geral e a magia. Era o deus-escriba e o deus letrado por excelência. Havia sido o inventor da escrita hieroglífica e era o escriba dos deuses; senhor da sabedoria e da magia. O que faz dele o patrono dos escribas que lhe endereçam uma prece antes de escrever. "Mestre das palavras divinas". Preside a medida do tempo, o disco na cabeça é a lua, cujas fases ritmam os dias e as noites. Representado como um íbis ou um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno.

MAÁT, esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de avestruz, representa a justiça e a verdade, o equilíbrio, a harmonia do Universo tal como foi criado inicialmente. É também a deusa do senso de realidade. Filha de Rá e de um passarinho que apaixonando-se pela luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No momento da incineração uma pena voou. Era Maat. É a pena usada por Anúbis para pesar o coraçáo daqueles que ingressam no Dwat. Em sociedade, este respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade, justiça; no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato que o tratamento que se inflige aos outros pode nos ser infligido. É Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses nos templos. Protetora dos templos e tribunais.

PTAH, deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império, Ptah é "aquele que afeiçoou os deuses e fez os homens" e "que criou as artes". Concebeu o mundo em pensamento e o criou por sua palavra. Seu grande sacerdote chama-se "o superior dos artesãos". É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives. Tem o préstimo dos operários de Deir el-Medineh. Apresenta-se com uma vestimenta colante que lhe dá a impressão de estar sem pescoço e usando na cabeça uma calota. Tem como esposa a deusa Sekhmet e por filho Nefertum, o deus do nenúfar ( plantas aquáticas ).

SEKHMET, uma mulher com cabeça de leoa, encimada pelo disco solar, era uma de suas representações que, por sua vez, simbolizava os poderes destrutivos do Sol. Embora fosse uma leoa sanguinária, também operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Era a deusa cruel da guerra e das batalhas e tanto causava quanto curava epidemias. Essa divindade feroz era adorada na cidade de Mênfis. Sua juba ( dizem os textos ) era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue, seu rosto brilhava como o sol... o deserto ficava envolto em poeira, quando sua cauda o varria...

BASTET, uma gata ou uma mulher com cabeça de gata simbolizava a deusa Bastet e representava os poderes benéficos do Sol. Seu centro de culto era Bubástis, cujo nome em egípcio ( Per Bast ) significa a casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era adorada desde o Antigo Império e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares delas pelo mundo. Quando os reis líbios da XXII dinastia fizeram de Bubástis sua capital, por volta de 944 a.C., o culto da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.

KHNUM, um dos deuses relacionados com a criação era simbolizado por um carneiro, animal considerado excepcionalmente prolífico pelos egípcios. Segundo a lenda, o deus Khnum, um homem com cabeça de carneiro, era quem modelava, em seu forno de oleiro, os corpos dos deuses e, também, dos homens e mulheres, pois plasmava em sua roda todas as crianças ainda por nascer. Principal deus da Ilha Elefantina, localizada ao norte da primeira catarata do Nilo, onde as águas são alternadamente tranquilas e revoltas. Tem duas esposas Anuket (águas calmas) e Sati ( a inundação). Um dos velhos deuses cósmicos, é descrito como autor das coisas que são, origem das coisas criadas, pai dos pais e mãe das mães. Sua esposa Anuket ou Heqet, deusa com cabeça de rã, também era associada à criação e ao nascimento.

SEBEK, um crocodilo ou um homem com cabeça de crocodilo representavam essa divindade aliada do implacável deus Seth. O deus-crocodilo, era venerado em cidades que dependiam da água, como Crocodilópolis, seu centro de culto, na região do Faium, onde os sáurios eram criados em tanques e adornados com jóias, eram protegidos, nutridos e domesticados. Um homem ferido ou morto por um crocodilo era considerado privilegiado. A adoração desse animal foi sobretudo importante durante o Médio Império.

TUÉRIS, (Taueret ) era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras estátuas e estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de leão, de mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de crocodilo. Além de amparar as crianças, Tueris também protegia qualquer pessoa de más influências durante o sono.

KHEPRA, (escaravelho, em egípcio) ou um homem com um escaravelho no lugar da cabeça também representavam o deus-Sol. Nesse caso o besouro simbolizava o deus Khepra e sua função era nada menos que a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que empurrava pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressurreição, os escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria encontradas nos túmulos egípcios.

ÁPIS, o boi sagrado que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah. O culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Essa antiga divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.

BABUINO ou cinocéfalo é um grande macaco africano, cuja cabeça oferece alguma semelhança com os cães. No antigo Egito este animal estava associado ao deus Thoth, considerado o deus da escrita, do cálculo e das atividades intelectuais. Era o deus local em Hermópolis, principal cidade do Médio Egito. Deuses particularmente numerosos parecem ter se fundido no deus Thoth: deuses-serpentes, deuses-rãs, um deus-íbis, um deus-lua e este deus-macaco.

ÍBIS uma ave pernalta de bico longo e recurvado. Existe uma espécie negra e outra de plumagem castanha com reflexos dourados, mas era o íbis branco, ou íbis sagrado, que era considerado pelos egípcios como encarnação do deus Thoth. Esta ave tem parte da cabeça e todo o pescoço desprovido de penas. Sua plumagem é branca, exceto a da cabeça, da extremidade das asas e da cauda, que é muito negra. Um homem com cabeça de íbis, era outra das representações daquele deus.
APÓFIS, a serpente que habitava o além-túmulo, representava as tempestades e as trevas. É descrita no chamado Livro de Him no Inferno, uma obra que narra a viagem do deus-Sol pelo reino das sombras durante a noite. Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e o demônio líder de todos eles era Apófis a grande serpente.A mitologia egípcia inclui muitos deuses e deusas, entretanto, geralmente representam o mesmo conjunto de forças e arquétipos. O grupo acima descrito, resume de modo satisfatório o grande panorama da religião egípcia que perdurou durante milênios.


Gabriel

quarta-feira, 11 de março de 2009


Os servidores dos deuses no antigo reino, os sarcedótes eram, em geral, altos funcionários que recebiam do faraó o sacerdócio como o cargo honoríficoe constituíam assim parte da alta burocracia.



Gabriel e David

Deuses

ÍSIS

OSÍRIS




SETI
















BASTET










Gabriel e David

























Ferimentos de Seti contra Hórus

Primeiro Focinho-narinas rompidas
Segundo Testa
Terceiro Pescoço
Quarto Nuca
Quinto Costelas
Sexto Vértebras
Sétimo Testículos
Oitavo Lombo
Nono Pernas
Décimo Jarretes

Gabriel e David
Documentos comprovam que, antes mesmo de 4000 A.c, os egípcios já realizavam cultos religiosos.Desde antes da primeira dinástia faraônica, cada localidade estava representada por uma divindade, e as principais se tornaram os deuses dos nomos.

Gabriel e David
Nome do deus(a)
O que representava

Sol (principal deus da religião egípcia)
Toth
sabedoria, conhecimento, representante da Lua
Anúbis
os mortos e o submundo
Bastet
fertilidade, protetora das mulheres grávidas
Hathor
amor, alegria, dança, vinho, festas
Hórus
céu
Khnum
criatividade, controlador das águas do rio Nilo
Maet
justiça e equilíbrio
Ptah
obras feitas em pedra
Seth
tempestade, mal, desordem e violência
Sobek
paciência, astúcia
Osíris
vida após a morte, vegetação
Ísis
amor, mágica
Tefnut
nuvem e umidade
Chu
ar seco, luz do sol
Geb
terra

Gabriel e David
Os monarcas do Novo Império eram sepultados por trás dos despenhadeiros no Vale dos Reis. Por razões de segurança, estes sepulcros estavam escondidos num vale pouco freqüentado, talhados profundamente na rocha, com apenas com um acesso e nenhum estrutura superior, sendo que a entrada fica oculta após o defunto ser sepultado. Mesmo assim, os túmulos reais não se mantinham em segredo por muito tempo


Um dos sepulcros que lograram escapar dos ladrões de túmulos e que estão praticamente intactos seus tesouros é hoje o mais famoso de todos os túmulos, o de Tutankamon. Transmite claramente o assombroso luxo da monarquia do Novo Império: inclui cofres incrustações e tábuas de jogos, jóias, leque de penas de avestruz, mata-moscas, um trono banhado em ouro e incrustações, jarro de alabastro e quatro carrinhos desmontados de madeira dourada. As maiores riquezas ficavam ao redor do corpo mumificado do rei: o ultimo ataúde e a máscara mortuária eram de ouro maciço com ilustrações de pedras semipreciosas e espelhos.

Gabriel e David
A teogoni de Heliópolis
Água primitiva
Deus Sol
Ar Umidade
Terra=Egito Céu=Barreira para Nu
Rei do mundo inferior Trono do Egito Caos Clone de Ísis
Rei do Egito
Nu
Atum
Chu Tefnut
Geb Nut
Osíris Ísis Seti Néftis
Hórus
Gabriel e David
Esquema do Vale dos Reis
18ª Dinasta
1- Hatchepsut2- Amenófis II3- Tutmés I4- Tutmés IV5- Yuya (sogro de Amenófis III)6- Amenemopet (ministro de Amenófis III)7- Tiy (esposa de Amenofis III)8- Tutankamon9- Tutmés III10- Maherpra (abanador de Hatshepsut)11- Tutmés II12- Horemheb


19ª Dinastia
13- Ramsés II (inacabada)14- Meremptah15- Bay (chanceler de Siptah)16- Tausert (esposa de Seti II)17- Ramsés, o Grande18- Siptah19- Ramsés II20- Amenmeses21- Seti II22- Seti I

20ª Dinastia
23- Ramsés VII24- Ramsés III (inacabada)25- Ramsés IX26- Ramsés III27- Montuher-Khepeshef (filho de Ramsés IX)28- Ramsés IV29- Ramsés XI30- Ramsés VI31- Ramsés X

Gabriel e David
A cidade que os gregos chamaram Tebas, denomina-se Uaset no Egito ou, simplesmente, "a cidade". Sua fortuna deve-se em boa parte à historia: os reis do Médio Império, são oriundos de lá. Isto explica o impulso da cidade e do templo do deus Amon (Carnac). A teologia de Heliópolis inspirou a de Tebas, que tem entre seus nomes o de "Heliópolis do sul". Capital da 4ª província do Alto Egito e da metade sul do país, Tebas às vezes é chamada "a cidade do sul" ou "a cidade".


Tebas é cortada em duas pelo Nilo tanto administrativamente como fisicamente. À margem direita, a leste, uma cidade da qual não conhecemos grande coisa, construída ao longo de uma auto-estrada ritual. À margem esquerda, a oeste, ao pé da falésia onde um cume em forma de pirâmide, é bastante venerado, estão templos "de milhões de anos", necrópoles mais ou menos luxuosas.
Entre os pequenos vales da montanha tebana, o Vale das Rainhas apresenta numerosas vantagens, como o fato de possuir o único acesso transitável por pesados comboios e de ser dominado por montanhas de todos os lados, logo, fácil de ser vigiado do alto por uma equipe reduzida. Finalmente, o ponto mais elevado, em sua extremidade sul, tem a forma de uma pirâmide. Por todas estas razões, Tutmés I decide que lá será fundada a necrópole real que servirá às 18ª, 19ª e 20ª dinastias. No entanto, o local foi pilhado em tempos de crise econômica: o ouro dos faraós, desde a Antigüidade, era muito tentador.

Gabriel e David
A Enéade de Heliópolis
Segundo o mito da criação de Heliópolis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus. Atum tossiu e expeliu Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da humidade). Shu e Tefnut tiveram dois filhos, Geb, deus da terra e Nut, a deusa do céu. Shu ergueu o corpo de Nut, colocando-o acima de Geb, e esta tornou-se a abóboda do céu. Nut e Geb tiveram por sua vez quatro filhos: Osíris, Isís, Seth e Néftis. Osíris tornou-se deus da terra, que governou durante muitos anos; Isís foi a sua mulher,rainha e irmã. Seth o deus seco do deserto invejava o estatuto de Osíris e um dia matou-o. Osíris foi para o mundo subterrâneo e Seth tornou-se rei da terra. Osíris teve um filho com Ísis chamado Hórus que decidiu vingar a morte do pai e reconquistar o trono. Hórus derrota Seth e torna-se o novo rei da terra, mas o seu pai permanece no mundo subterrâneo. Néftis era apaixonada secretamente por Osíris, um dia se disfarçou de Ísis e deitou-se com Osíris dando a Luz a Anúbis o deus com corpo de homem e cabeça de cão que presidia o mundo dos mortos.

Gabriel e David

Antes que existisse o ar, a terra ou mesmo o céu, havia somente água, turbulenta e borbulhante, da qual surgiu Rá, o primeiro deus. Rá transformou-se em um novo elemento no cosmo: o sol. Mas a carência de outra vida logo lhe pesou e, em comunhão com a sua própria sombra, gerou uma filha, Tefnut. Ela também era um novo elemento: a umidade.
E Shu, o outro filho de Rá, tornou-se o ar. Por sua vez, eles também tiveram seus próprios descendentes, Geb e Nut (a terra e o céu). Logo foi estabelecida toda uma ordem cósmica. Contudo, essa ordem veio acompanhada de desafios não previstos.
Assim, Rá viu-se forçado a travar batalhas diárias com a serpente Apep pelo controle da atmosfera. Contando com a ajuda da esposa e filha Bast (deusa dos gatos e da fertilidade), Rá lograva êxito na maioria das vezes. Mas nos dias em que Apep vencia, havia sempre tempestades e mau tempo.
Esse era tão somente o começo daquilo que Rá teria de enfrentar. Em certa ocasião, as frustrações de dominar uma população humana que se dava a queixas e rebeliões levaram Rá, em um acesso de ira, a arrancar um dos seus olhos e atirá-lo à terra. O olho transformou na deusa da vingança, chamada Sekhmet, uma força tão destrutiva contra a humanidade que Rá, cheio de remorso, teve de chamá-la de volta usando um estratagema. Rá ordenou aos seus vassalos que produzissem milhares de barris de cerveja. A cerveja seria misturada com suco de romã para parecer sangue das vítimas humanas de Sekhmet, sendo usada para inundar o campo ao redor de sua morada terrena. O intento teve êxito. Quando Sekhmet emergiu novamente para terminar de dizimar a humanidade, ela viu seu reflexo no lago vermelho repulsivo, enamorou-se dele e bebeu a mistura, caindo no sono, permanecendo inofensiva. O resultado foi tão bom que posteriormente ela desposou Ptah, o deus absoluto da criação. E mais tarde, ironicamente, ela se transformou em Hator, deusa do amor e da celebração.
A responsabilidade por todo o cosmo começava a minar a vitalidade de Rá. Como envelhecia, Rá buscou um substituto para suas obrigações de zelar pela terra. O substituto viria a ser seu neto, Osíris.
Osíris, assim como Ísis, Set e Neftis, veio ao mundo em decorrência da união de Geb e Nut. Contudo, quando Rá passou o domínio do mundo às mãos de Osíris, ocorreu a primeira rivalidade entre irmãos na história do cosmo. E que rivalidade!
Osíris havia sido um ditador benevolente — sob seu comando os egípcios tornaram-se um povo civilizado. Mas seu irmão Set (o deus do caos e das tempestades) estava enciumado pelo presente concedido a Osíris e o matou. Ele construiu um baú primoroso, ofereceu uma festa e disse aos seus filhos que aquele que coubesse no baú poderia tê-lo para si. Mas ele havia construído o belo baú tendo em mente apenas Osíris. Quando Osíris entrou no baú, Set o selou e seus comparsas o deitaram no Nilo, na esperança de que nunca mais tornariam a vê-lo.
Assim, Osíris fora o primeiro deus da história a morrer e tornou-se o primeiro deus do mundo inferior. Quando Neftis contou à sua irmã Ísis sobre o assassínio, Ísis mergulhou em profunda tristeza, pois Osíris era não só seu marido como também seu irmão. Ela encontrou o corpo e conseguiu ressuscitar Osíris e juntos tiveram um fi lho chamado Hórus. Mas Set não tardou em descobrir isso e, colérico, retalhou Osíris em 14 pedaços, espalhando as partes pelo Egito de modo que nem Ísis poderia juntá-los. Anúbis, o inventor do embalsamamento e filho de Osíris, realizou o funeral na grande pirâmide.
Set passara a ser então o senhor do mundo e em virtude de sua inclinação ao caos e à violência, parecia que todas as boas obras de Osíris seriam desfeitas em breve. Comentava-se até mesmo que Set tramava usurpar o lugar de seu pai Rá.
Em conseqüência disso, Rá e Hórus convocaram um grande exército para tomar o poderio de Set. Eles convocaram Tot, deus da sabedoria e da verdade, que transformou Hórus em um disco solar com um calor tão intenso que confundiu as tropas de Set, que se destruíram mutuamente. Mas o próprio Set não podia ser encontrado em lugar nenhum. Ele escondera-se a uma grande distância, onde estaria livre para criar outra força para derrotar Rá e Hórus.
Mas não chegara a realizar seu intento. E, com a posterior derrota, Hórus retalhou Set do mesmo modo como havia sido feito com seu pai. Assim, Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.
Gabriel e David

As fontes para o estudo da mitologia e religião egípcia são variadas, desde templos, pirâmides, estátuas, túmulos até textos. Em relação às fontes escritas, os Egípcios não deixaram obras que sistematizassem de forma clara e organizada as suas crenças. Em geral, os investigadores modernos centram-se no seu estudo em três obras principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.
O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objectivo é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no Além. Os textos encontram-se escritos sobre os muros dos corredores das câmaras funerárias das pirâmides de Sakara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e VI dinastias.
O Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos em caracteres hieroglíficos cursivos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função ajudar os mortos no outro mundo.
Por último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais, data do Império Novo. Esta obra era escrita em rolos de papiro pelos escribas e vendida às pessoas para ser colocada nos túmulos.
Gabriel e David